Daniel leva 21ª medalha no 4x100m livre, e Brasil já tem melhor campanha

Astro do esporte paralímpico brasileiro sobe ao pódio pela sexta vez no Rio, com prata na final do revezamento, ao lado de Andre Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues

Nada mais emblemático do que a melhor campanha do Brasil em número de medalhas nos Jogos Paralímpicos sair das braçadas do atleta mais premiado da história do país. Depois do primeiro dia de descanso na competição, Daniel Dias voltou para a piscina do Estádio Aquático nesta quarta-feira para conquistar sua sexta medalha nesta Paralimpíada, a 21ª da carreira e a 48ª do time verde e amarelo no Rio, superando as 47 de Pequim 2008 – até então o melhor resultado da história. O astro de 28 anos dividiu a missão com Andre Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Rodrigues, o quarteto que levou a prata na final do revezamento 4x100m livre até 34 pontos.

– Revezamento é algo diferente. Natação é um esporte muito individual. E, quando tem um revezamento, é a chance de a gente mostrar o valor do grupo, o quanto o grupo está unido e o quanto é bom estar nadando ao lado desses caras aí. Para mim, é um privilégio nadar esse revezamento com eles – disse Daniel.

Faltando quatro dias para o fim dos Jogos Paralímpicos do Rio, o país já garantiu o recorde de medalhas em uma mesma edição. A melhor marca era de Pequim 2008, com 47. Mais uma vez, o atletismo e a natação são os carros-chefes da equipe brasileira. Com agora seis medalhas conquistadas, Daniel Dias é o atleta que mais contribuiu com o Brasil por enquanto.

brasil, revezamento (Foto: Marcelo Sá/MPIX/CPB)Descrição da imagem: Daniel, Phelipe, Andre e Ruiter exibem a medalha de prata (Foto: Marcelo Sá/MPIX/CPB)

Na categoria mais baixa entre os quatro representantes (S5), Daniel abriu a prova, completando os 100m em sétimo lugar. Andre Brasil (S10), que agora tem 13 medalhas paralímpicas em sua coleção, acelerou e recuperou duas posições. Ruiter Silva (S9) entregou o Brasil em quarto para o Phelipe Rodrigues (S10), que levantou a torcida na reta final e garantiu a prata, com o tempo de 3m48s98. O forte quarteto ucraniano levou o ouro, em 3m48s11, novo recorde paralímpico. A China completou o pódio (3m50s41).

– Fico muito feliz e honrado de fazer parte desse revezamento. O único classe baixa ali, o único S5. E, sem dúvida, a minha ideia é não deixar eles abrirem muito. Peguei uma marola muito grande na volta. Mas dei meu máximo, dei uma bloqueada no final, para poder chegar e conseguir fazer uma boa marca para o Andre recuperar. A gente sabia que ia crescer depois. Foi emocionante, incrível para nós – comentou Daniel Dias.

Responsável por encerrar o revezamento, Phelipe passou dois adversários, completou os seus 100m em 51s37 e cumpriu a missão de colocar o Brasil no pódio. O esforço foi tanto que o nadador brasileiro passou mal quando saiu da piscina e chegou vomitar.

– Revezamento a gente dá a vida. Dei o que tinha que dar, sai mal para caramba, mas com o sentimento de que fiz o que tinha que fazer. Minha estratégia era passar muito forte e voltar com o coração.

Daniel Dias 4 x 100 prata (Foto: Agência Estado)Descrição da imagem: Daniel Dias, Ruiter Silva e André Brasil comemoram a prata fora da piscina, enquanto Phelipe Rodrigues, último a nadar, festeja ainda dentro da piscina (Foto: Agência Estado)

Com a medalha no revezamento, Daniel alcançou o segundo lugar no ranking masculino dos nadadores mais premiados das Paralimpíadas, empatado com o canadense Timothy McIsaac, o norueguês Noel Pedersen e o japonês Junichi Kawai. Caso suba ao pódio em todas as três provas ainda previstas para nadar na Rio 2016, o fenômeno de 28 anos alcançará a incrível marca de 24 medalhas paralímpicas, ultrapassando o atual recordista da natação masculina, o australiano Matthew Cowdrey, que tem 23 e não disputa os Jogos do Rio.

Maior medalhista em Paralimpíadas da história do Brasil, Daniel Dias ainda disputa outras duas provas individuais (100m livre e 50m costas). O nadador de Campinas (SP), que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, deve fazer parte também do revezamento 4x100m medley masculino 34 pontos.

Ge

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *