Produtores rurais investem em modelo de agricultura para venda direta

Sistema une consumidores e agricultores em Itapetininga e Boituva. Sem intermediários, a venda é direta e prevê a entrega de hortaliças sem uso de agrotóxicos.

Há três anos o produtor Francisco de Assis Pereira deixou de ser feirante na capital paulista para trabalhar em uma fazenda em Itapetininga (SP). O sustento da família vem de três hectares, onde nenhum tipo de agrotóxico é usado.

A maior parte do que ele planta vai para a mesa da própria família. Além de ter certeza de que os alimentos não estão com veneno, o agricultor sabe que toda a produção será vendida. Ele participa de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA). A ideia surgiu no Japão há 40 anos e vem ganhando adeptos no Brasil.

Cada uma das 27 famílias que formam o grupo paga, por mês, uma cota de R$ 180 para financiar a produção do Francisco. A Sophie, dona da fazenda, conheceu o sistema CSA quando morou na Europa e resolveu implantar o modelo no interior de São Paulo.

Sophie afirma que o sistema representa uma revolução por não trabalhar a cultura do preço e, sim, a do apreço. Uma vez por semana os produtos são retirados da horta e separados em cestas. Horas depois da colheita, os alimentos já estão com os consumidores, que no CSA são chamados de co-agricultores.

Sistema une consumidores e agricultores em Itapetininga e Boituva (Foto: Reprodução/TVTEM)Sistema une consumidores e agricultores em Itapetininga e Boituva (Foto: Reprodução/TVTEM)

O professor Vicente Barros, que é um dos co-agricultores, diz que além de pagar para ter os produtos, a pessoa acompanha a produção. Ele explica que se a produção aumentar, o participante irá receber uma quantidade maior do que o combinado e, caso haja algum problema de ordem climática, também arcará com a alteração.

A garantia de uma renda fixa foi o que fez Jeferson Parra, de Boituva (SP), aderir também a uma CSA. Cerca de 40 famílias assinaram um contrato de um ano com o agricultor e pagam 190 reais por mês para contar com a produção de vários alimentos.

Em 10 hectares, Jeferson tem verduras, legumes e frutas. Tudo é produzido seguindo os preceitos orgânicos. O agricultor conta que usa preparados biodinâmicos e homeopatia. A produção é entregue toda segunda-feira na sede da Cooperativa de Agricultores de Boituva. Alexandra Lopes faz parte do grupo e diz que é uma vantagem grande saber a procedência e a qualidade dos alimentos.

Fonte: O Nosso Campo…. é exibido aos domingos, às 7h25, na TV TEM! Para participar do programa, envie um e-mail para nossocampo@tvtem.com.

Expoagro em Itapetininga ajuda a movimentar a economia da região

Segundo a organização, evento traz o retorno de cerca de R$ 20 milhões ao município. Produtores afirmam que evento é essencial para a troca de experiências.

Os 10 dias de festa da 47ª Expoagro em Itapetininga proporciona, além de diferentes atrações aos moradores, que a renda do município e da região aumente. Segundo os organizadores, por ano o evento tem um retorno de cerca de R$ 20 milhões na economia e gera cerca de 1.100 empregos diretos e indiretos. Além disso, permite que os produtores conheçam as novas tecnologias.

De acordo com o presidente da exposição Amauri Elias Xavier, o evento movimenta a economia da cidade. “Por mais que o evento seja temporário, movimenta todos os setores do comércio e envolve a população. Criou-se um turismo natural e cultural”, afirma.

Segundo presidente da exposição Amauri Elias Xavier, o evento envolve a população (Foto: Reprodução/TV TEM)

Segundo presidente da exposição Amauri Elias Xavier, o evento envolve a população (Foto: Reprodução/TV TEM)

Além da pecuária, o setor industrial também é beneficiado com o evento. Segundo o vendedor de máquinas agrícolas José Luiz Alcântara, nos primeiros dias de festa já observou os resultados positivos.

“Até o final do evento a expectativa de vendas é de R$ 900 mil. O comprador pesquisa os preços, analisa o diferencial de cada equipamento, verifica cada detalhe e eficiência de cada produto e acaba comprando. O agricultor que investir em maquinário está fazendo ótimo negócio”, explica.

Projeto promove melhoramento genético em animais (Foto: Reprodução/TV TEM)

Projeto promove melhoramento genético em animais (Foto: Reprodução/TV TEM)

De acordo com o técnico de campo da Associação Brasileira de Criados de Zebu, Cristiano Perroni Ribeiro, o evento é uma oportunidade para produtores de pequeno e médio porte, pois todo ano são apresentadas diversas novidades.

“Este ano estamos promovendo o melhoramento genético, que tem como objetivo atender o pequeno e médio produtor. Eles têm a possibilidade de adquirir essa genética e colocar na fazenda, melhorando seus animais e consequentemente agregando seus negócios e movimentando a economia da região”, afirma.

O setor industrial também é beneficiado na Expoagro de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

O setor industrial também é beneficiado na Expoagro de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

O pecuarista Daniel Ribeiro, por exemplo, tem gado de corte na região de Taguaí (SP) e Fartura (SP), e visita todo ano a Expoagro para conhecer as novidades. “Aqui temos contato com pessoas que são referências no ramo. Então, todo ano eu tento participar para ter essa troca de informações e sempre melhorar”, conta.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo Arnaldo Jardim, a tradição da festa fez com que ela seja referência em todo o estado. “Além da interação com novos equipamentos agrícolas, o evento promove a troca de experiências. Isso diminui a distância entre os órgãos oficiais com os produtores, o que gera um desenvolvimento tanto para o produtor quanto para as políticas públicas”, conclui.

300 expositores participam da 47ª Expoagro de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

300 expositores participam da 47ª Expoagro de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

Evento promove troca de experiência aos produtores da região de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

Evento promove troca de experiência aos produtores da região de Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

Salões subterrâneos revelam o outro lado das belezas de Minas

Não é preciso ser um especialista em arqueologia ou espeleologia para desvendar segredos e belezas, escondidos sob a terra em Minas Gerais. Nem mesmo um turista ao melhor estilo “caçador de tesouros”.

Com a chegada do período de férias, um momento de folga é a oportunidade certa para os amantes da natureza e aventureiros fazerem uma visita aos patrimônios naturais do estado e conhecer a diversidade existente no interior de suas cavernas e grutas.

A Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasileira

A Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasileira

Segundo dados do Cecav (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas), vinculado ao ICMBio  (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), há 6.303 cavidades registradas em Minas Gerais, incluindo grutas, cavernas, abrigos e lapas.

Nem todas as grutas têm potencial para visitação turística, seja pela sua localização e dificuldade de acesso, seja pelas suas características espeleológicas que podem demandar um isolamento, ou ainda pela falta de segurança devido às condições naturais. Mas em 11 unidades de conservação estaduais, sob gestão do Instituto Estadual de Florestas, há grutas abertas à visitação, sendo as principais no Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, Monumento Natural Estadual Peter Lund, Parque Estadual do Sumidouro e no Parque Estadual Lapa Grande.

O Peter Lund, localizado no município de Cordisburgo, é o que recebeu mais visitas em 2016. Segundo o IEF, até o mês de novembro foram registradas 43.842 visitas.

A Gruta da Lapinha, descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund

A Gruta da Lapinha, descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund

Principal atrativo do monumento natural, a Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasileira. Possui sete salões com belíssimas formas arquitetônicas, esculpidas pelo trabalho da água durante milênios, que encantam e instigam a imaginação dos visitantes. Abrigam, ao longo de 650 metros, belas esculturas naturais e estalactites de diversas formas no teto da caverna.

No ranking da visitação, em seguida encontra-se o Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, com registro de 33.470 visitantes. No local está a Gruta da Lapinha, descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund.

Interior da gruta Rei do Mato

Interior da gruta Rei do Mato, na cidade de Sete Lagoas

Lapinha abriga nos 511 metros de extensão oito salões que podem ser visitados e recebem nomes relacionados às características das formações rochosas, encontradas em diferentes partes da gruta.

O terceiro monumento mais visitado é a Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, que registrou a entrada de 18.728 visitantes. Impressiona pela sua dimensão de 998 metros de extensão, onde são encontradas estalactites e estalagmites raras em todo o mundo.

Interior da gruta da Lapinha

Interior da gruta da Lapinha

A Rei do Mato é considerada por especialistas uma gruta “viva”, já que está em contínuo processo de formação, devido à ação da água.

Na Grutinha, que fica ao lado da Rei do Mato, existem pinturas rupestres, feitas com sangue e gordura vegetal, que datam de 6 mil anos.

Verão 2017 terá temperaturas mais amenas e temporais

O Verão começa às 8h44 desta quarta-feira (21) e vai até o dia 20 de março de 2017, às 7h29 (horário de Brasília). O meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo, diz que o verão de 2017 terá predomínio de temporais e temperaturas mais amenas em relação aos anos anteriores, em vídeo no site do portal que traz as previsões.

“A situação será muito diferente dos últimos anos, quando o Brasil teve graves problemas por causa da falta de chuva no verão. Já está chovendo e está bem menos quente do que em 2015 e 2014”, informou o site do Climatempo.

Movimentação de banhistas na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta quarta-feira (21), primeiro dia do verão. (Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Movimentação de banhistas na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta quarta-feira (21), primeiro dia do verão. 

De acordo com Nascimento, o verão traz o máximo de radiação solar chegando ao Hemisfério Sul. É durante o verão que cai a maior parte da chuva na maior parte do Brasil, quando se forma o corredor de umidade da Amazônia carregado de calor e muita umidade, provocando chuvas principalmente no Centro-Oeste e Sudeste. Aumenta a chuva ainda no Nordeste, principalmente no extremo norte da região.

A maior parte das chuvas se concentrará em janeiro e fevereiro. O verão terá o predomínio do fenômeno La Niña, que começou no final de novembro e vai enfraquecer até o final do verão. Esse fenômeno mudará o cenário em comparação com o verão anterior, quando choveu mais no Sul e fez muito calor em todo o Brasil.

“No ano passado havia um forte El Niño, o mais forte do século e o segundo mais forte da história. Neste ano há uma La Niña fraca formada que ao longo do verão 2017 deve se desfazer. Além disso, a temperatura do Oceano Atlântico não está atrapalhando o deslocamento das frentes frias. E a circulação dos ventos na alta atmosfera já está favorecendo a distribuição do ar úmido sobre o país, permitindo a formação das grandes áreas de chuva sobre o Centro-Oeste e sobre o Sudeste”, informou o site do Climatempo.

“As temperaturas podem ficar até abaixo do normal no Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste porque com o La Ninã há maior incidência de frentes frias”, explica Nascimento.

As chuvas podem se espalhar por todas as regiões do país, diz o meteorologista. “Em janeiro deve chover acima da normalidade em quase todo o país. Há expectativa de um pouco mais de seca no Sudeste só no mês de fevereiro, mas com chuvas típicas de verão, e durante o mês de março será compensada com chuva acima da média na região”, afirma em vídeo no site do Climatempo.

O Climatempo alerta em seu site que há grandes riscos de deslizamentos de terra nas áreas de serra e encostas do Sudeste, devido ao fato de que a chuva já começou forte na primavera e o solo já está bastante encharcado. Já no Norte os rios se recuperarão em 2017.

Começa o verão nesta quarta-feira (Foto: Carolina Lopes/G1)

Começa o verão nesta quarta-feira

Estados e regiões
No Vale do Paraíba, a previsão é de dias quentes, com chuva e incidência de raios. O primeiro dia da nova estação promete ser de calor e sol na maior parte de Santa Catarina. O verão inicia com alerta de chuvas intensas em 77 municípios de Mato Grosso do Sul. O verão começa na quarta-feira (21) com predomínio de sol em todas as regiões do Rio Grande do Sul.

No Rio de Janeiro, a expectativa é de que as temperaturas fiquem mais amenas que nos últimos dois anos e as chuvas um pouco abaixo da média. O mês mais quente será fevereiro e o mais chuvoso, março. O ano contará com mais frentes frias, o que na prática quer dizer que o Rio intercalará dias de calor intenso com outros menos quentes.

Forte terremoto atinge leste da Indonésia 

Um terremoto de magnitude 6,5 atingiu, nesta quarta-feira (21), as ilhas Barat Daya, no leste da Indonésia, sem que as autoridades informassem inicialmente de vítimas ou alerta de tsunami.

O hipocentro do terremoto foi localizado a 158 km sob o leito do mar de Banda, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que registra a atividade sísmica no mundo todo.

O mesmo órgão situou o epicentro a 278 km de Díli, capital do Timor-Leste, e a 372 km de Atambua, na província de Sonda Oriental.

No dia 26 de dezembro de 2004, um terremoto em águas indonésias formou um tsunami que levou destruição a diversos países banhados pelo Oceano Índico, causando mais de 226 mil mortes.

A Indonésia fica no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica sacudida por cerca de 7 mil tremores por ano.

Creche alaga e quase 200 crianças ficam sem aulas em Mairinque

Um alagamento provocou a dispensa de cerca de 200 crianças atendidas na creche municipal Olga Barbieri, na manhã desta segunda-feira (12), no Centro de Mairinque (SP). Por conta da forte chuva que atingiu a cidade na madrugada, água acumulou em todos os cômodos da unidade.

Todos os cômodos da creche em Mairinque ficaram alagados  (Foto: Divulgação)
Todos os cômodos da creche em Mairinque ficaram
alagados (Foto: Divulgação)

Os funcionários da creche encontraram as salas alagadas quando chegaram para trabalhar pela manhã. Até alimentos que estavam armazenados na cozinha da unidade e material escolar usado nas aulas foram perdidos.

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Prefeitura de Mairinque, uma equipe está no local fazendo a limpeza da creche e a previsão é que ela seja finalizada ainda hoje, para que as aulas voltem ao normal nesta terça-feira (13).

A creche não foi o único local de Mairinque que teve registro de alagamento por conta da forte chuva que atingiu a cidade na madrugada. No bairro Marmeleiro, que fica no limite com São Roque (SP), teve morador que também sofreu com alagamento. Eles dizem que uma obra na Raposo Tavares entupiu tubulações e com a chuva forte levou muita água e lama para as casas e terrenos.

Alagamento em São Roque
A chuva que atingiu a região na madrugada desta segunda-feira também provocou vários pontos de alagamento em São Roque. Segundo os bombeiros, foram registrados 17 resgates de pessoas ilhadas em casas e dentro de carros.

Cerca de 20 pessoas foram encaminhadas pela Guarda Municipal para um abrigo no bairro Junqueira. Na rua Livio Tagliassachi, no Jardim Boa Vista, três casas foram condenadas e as famílias tiveram que sair do local. Moradores registraram a inundação e a forte correnteza no bairro Guaçu, o mesmo que foi fortemente atingido pela enchente em março.

Ainda segundo os bombeiros, com o aumento do nível do rio Aracaí, que corta praticamente toda a cidade, trasbordou e causou transtornos em vários bairros. Na avenida Tiradentes, no Centro, pelo menos 12 casas foram inundadas. Na avenida Marginal, os carros ficaram ilhados em um posto de gasolina.

Ainda conforme a Guarda Municipal, que também recebeu diversas ligações durante a madrugada, o bairro Junqueira, onde há muitas encostas, é um dos que mais preocupam a Defesa Civil, pelo risco de desbarrancamento. Não há relato de feridos até o momento e o prejuízo ainda será contabilizado.

18 curiosidades sobre o Brasil que você nem imaginava

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O Brasil é o quinto maior país do mundo em território e população. Mas isso você já sabia, certo? Então confira aqui algumas curiosidades, fatos e números sobre o Brasil que você provavelmente não conhecia.

1 – O Rio de Janeiro já foi a capital de Portugal, o que faz da cidade a primeira e única capital européia fora da própria Europa.

2 – A maior comunidade japonesa fora do Japão está no Brasil.

3 – O Brasil tem o segundo maior número de aeroportos do mundo (2.498), atrás apenas dos Estados Unidos.

4 – O Brasil é um dos únicos países do mundo que oferece a cirurgia de mudança de sexo gratuitamente, pelo SUS, desde 2008.

5 – Segundo uma pesquisa da USP de 2009, 19,3% de todos os homens da cidade do Rio de Janeiro são gays ou bissexuais.

6 – Nas prisões federais no Brasil, os presos podem reduzir até 4 dias no tempo de sentença a cada livro que lerem, com um máximo de 12 obras por ano.

7 – Na prisão de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas, os detentos podem pedalar em bicicleta fixas, que geram energia para a cidade. Em troca, a cada 3 dias pedalando, a pena é reduzida em 1 dia.

8 – Das 12 cidades-sede da Copa de 2014, 7 figuravam no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo.

9 – Mais de 90% dos carros novos produzidos no Brasil usam etanol. É o único país do mundo onde o combustível é oferecido em 100% dos postos.

10 – Um porta-aviões da Marinha chamado Minas Gerais já foi colocado à venda no eBay, mas o anúncio foi removido por ferir as políticas do site.

11 – Com mais de 123 milhões de fiéis, o Brasil ainda é o país com o maior número de católicos do mundo, à frente do México, com 96,4 milhões.

12 – O Brasil foi o primeiro país do mundo a banir as câmaras de bronzeamento.

13 – Em 2001, cientistas descobriram um rio subterrâneo que corre abaixo do rio Amazonas. Batizado de rio Hamza, ele tem 6 mil Km de comprimento e está a 4 mil metros de profundidade. Sua vazão é de 3 mil m3/s, maior que a do Rio São Francisco, que corta Minas e o Nordeste.

14 – O Brasil importou 4,8 milhões de escravos da África, quase metade do total de escravos de todo continente americano. Só na cidade do Rio de Janeiro foram cerca de 2 milhões.

15 – O povo indígena Bororo é o único grupo do mundo onde todas as pessoas têm sangue do tipo “O”.

16 – A Marinha proibiu o desembarque na Ilha da Queimada Grande, no litoral de São Paulo, por causa do grande número de cobras na região: 5 cobras por metro quadrado.

17 – O principal exportador mundial de castanha-do-pará (também conhecida como castanha-do-brasil) é a Bolívia, e não o Brasil.

18 – Mais de 1.000 línguas eram faladas no Brasil antes do descobrimento. Hoje, apenas 180 ainda sobrevivem e apenas 11 são faladas por mais de 5.000 pessoas.

Expectativa na COP 22 é que Trump não mine acordo do clima

Vários participantes da conferência classificaram resultado como desastre.
Responsável da ONU sobre o clima felicitou Trump por vitória.

 Estudantes americanos protestam do lado de fora da COP 22 em reação à eleição de Donald Trump (Foto: Fadel Senna/AFP)Estudantes americanos protestam do lado de fora da COP 22 em reação à eleição de Donald Trump (Foto: Fadel Senna/AFP)

Os participantes da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 22), em Marrakesh, Marrocos, estão chocados com a vitória de Donald Trump. Eles acreditam que o futuro presidente, apesar de ter negado a existência das mudanças climáticas, não minará o acordo mundial em busca de energias limpas, embora vários tenham classificado sua vitória como um desastre.

A responsável da ONU encarregada dos assuntos do clima, Patricia Espinosa, felicitou Trump – que havia classificado as mudanças climáticas como uma “farsa” e ameaçou “anular” o acordo global – por sua vitória nas presidenciais dos Estados Unidos.

No momento em que 103 países que representam a emissão de 70% dos gases de efeito estufa ratificaram o acordo de Paris, ele não pode revertê-lo, diferentemente do que ele disse”
Segolene Royal, ministra francesa do
Meio Ambiente

“Esperamos cooperar com seu governo para fazer a agenda da ação climática avançar, em benefício dos povos do mundo”, disse Espinosa em uma declaração durante a COP 22, que é realizada na cidade marroquina.

Trump “não pode evitar a implementação” do acordo de Paris, selado na capital francesa em dezembro passado, afirmou, por sua vez, Segolene Royal, ministra francesa de Meio Ambiente e presidente em fim de mandato do fórum da ONU.

“No momento em que 103 países que representam a emissão de 70% dos gases de efeito estufa ratificaram o acordo de Paris, ele não pode revertê-lo, diferentemente do que ele disse”, afirmou Royal em declarações à rádio francesa RTL.

Uma farsa
Além de descrever as mudanças climáticas como uma “farsa”, obra do governo chinês, Trump disse em diversas ocasiões que “renegociaria” ou “cancelaria” o pacto aprovado por 196 países.

Royal destacou que, segundo os termos do acordo, os Estados Unidos devem esperar ao menos três anos antes de poder eventualmente se retirar.

Os diplomatas e empresários focados em fazer com que a economia global evolua dos combustíveis fósseis aos renováveis esperam que o impulso que ganharam se mantenha, apesar dos pontos de vista de Trump.

A eleição de Trump é um desastre, mas não pode ser o fim do processo internacional sobre o clima”
May Boece, diretora-executiva do 350.org

“O presidente eleito Donald Trump foi a fonte de muito debate sobre as mudanças climáticas no último ano”, disse em uma declaração Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall, atingidas recentemente por tempestades devastadoras.

“Mas agora que a campanha eleitoral passou”, acrescentou Heine em sua declaração, “espero que ele se conscientize de que as mudanças climáticas são uma ameaça para seu povo e para países inteiros que compartilham mares com os Estados Unidos, incluindo o meu”, disse.

Christiana Figueres, que liderou as questões climáticas na ONU durante seis anos, até seis meses atrás, disse que Trump deve entender que abandonar rapidamente e por etapas o carvão, o petróleo e o gás “é bom para a economia dos Estados Unidos, para o emprego e o crescimento”.

Alguns grupos ecologistas foram muito menos diplomáticos em suas reações ante o surpreendente resultado da eleição.

“A eleição de Trump é um desastre, mas não pode ser o fim do processo internacional sobre o clima”, disse May Boece, diretora-executiva do 350.org, um grupo global que trabalha a favor do desinvestimento dos combustíveis fósseis.

“Nosso trabalho se torna muito mais difícil, mas não é impossível, e nos recusamos a perder a esperança”, acrescentou.

 

Cidades com usinas deverão fazer levantamento do setor para o governo

overno estudará ações sustentáveis de recuperação e geração de renda para essas cidades que abrigam barragens de hidrelétricas.

Municípios que possuem usinas hidroelétricas deverão realizar um levantamento das principais demandas do setor para entregar ao governo federal. O pedido foi feito nessa terça-feira (25) pelo ministro interino do Meio Ambiente, Edson Duarte.

O principal objetivo da iniciativa é estreitar relações entre o governo federal e as prefeituras na implantação de políticas para essas áreas

A medida vai permitir ao Ministério do Meio Ambiente estudar ações sustentáveis de recuperação e geração de renda nessas cidades que abrigam barragens.

“A questão da água é prioritária no Brasil e no mundo”, destacou Edson Duarte. “É importante que seja feito um mapeamento das demandas para que sejam identificadas as propostas de soluções”, acrescentou. Segundo ele, a intenção do Ministério é atuar como uma ponte entre os municípios e possíveis parceiros.

Lagos urbanos

As particularidades de cada região serão levadas em consideração na hora de desenvolver as políticas. O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Ricardo Soavinski, destacou os reservatórios de água decorrentes das hidrelétricas.

“Os lagos urbanos precisam ser aproveitados em sua totalidade, levando em conta a especificidade de cada um”, explicou. De acordo com ele, cada caso é um caso, e as soluções podem ser desde o incentivo à piscicultura até o fomento ao turismo.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Meio Ambiente

MPF denuncia 22 pessoas e quatro empresas por desastre em Mariana

Dentre as denúncias, 21 são por homicídio qualificado com dolo eventual.
Rompimento de barragem é o maior desastre ambiental da história do país.

O Ministério Público Federal em Minas Gerais denunciou 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR pelo rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, na Região Central do estado. Dentre as denúncias, 21 pessoas são acusadas de homicídio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de matar. Os procuradores da República José Adércio Leite Sampaio, Eduardo Aguiar, Jorge Munhós e Eduardo Santos de Oliveira, apresentaram a conclusão das investigações nesta quinta-feira (20), em Belo Horizonte.

A barragem se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e atingindo várias outras localidades. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades do Leste de Minas Gerais e do Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado o maior e sem precedentes no Brasil, deixou 19 mortos.

Das 22 pessoas denunciadas, apenas o engenheiro da VogBR Samuel Paes Loures não foi acusado de homicídio com dolo eventual. Ele vai responder, juntamente com a VogBR, pelo crime de apresentação de laudo ambiental falso. Os demais, além de homicídio, vão responder ainda por crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e crimes ambientais. A Samarco, a Vale e a BHP Billiton são acusadas de nove crimes ambientais.

Segundo o MPF, os acusados podem ir a júri popular e, se condenados, terem penas de prisão de até 54 anos, além de pagamento de multa, de reparação dos danos ao meio ambiente e daqueles causados às vítimas.

Segundo o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, o homicídio é qualificado por motivo torpe, que foi a ganância da empresa, e por impossibilidade de defesa por parte das vítimas.

Veja a lista de denunciados, todos ligados à Samarco

– Ricardo Vescovi de Aragão, diretor-presidente licenciado
– Kléber Terra, diretor-geral de operações
– Germano Lopes, gerente-geral de projetos
– Wagner Milagres Alves, gerente de operações
– Daviely Ridrogues Silva, gerente de geotencia e hidrogeologia
– Stephen Michael Potter, integrante do Conselho de Administração por indicação da Vale
– Gerd Peter Poppinga, integrante do Conselho de Administração por indicação da Vale
– Pedro José Rodrigues, integrante do Conselho de Administração por indicação da Vale
– Hélio Cabral Moreira, integrante do Conselho de Administração por indicação da Vale
– José Carlos Martins, integrante do Conselho de Administração por indicação da Vale
– Paulo Roberto Bandeira, representante da Vale na Governança da Samarco
– Luciano Torres Sequeira, representante da Vale na Governança da Samarco
– Maria Inês Gardonyi Carvalheiro, representante da Vale na Governança da Samarco
– James John Wilson, integrante do Conselho de Administração por indicação da BHP
– Antonio Ottaviano, integrante do Conselho de Administração por indicação da BHP
– Margaret MC Mahon Beck, integrante do Conselho de Administração por indicação da BHP
– Jeffery Mark Zweig, integrante do Conselho de Administração por indicação da BHP
– Marcus Philip Randolph, integrante do Conselho de Administração por indicação da BHP
– Sérgio Consoli Fernandes, integrante do Conselho de Administração por indicação da BHP
– Guilherme Campos Ferreira, representante da BHP na Governança da Samarco
– André Ferreira Gavinho Cardoso, representante da BHP na Governança da Samarco
–  Samuel Santana Paes Loures, engenheiro sênior da Consultoria VogBR

Procurador da República em Minas Gerais José Adércio Leite Sampaio, em coletiva sobre a denúncia de 26 pessoas e empresas pelo desastre de Mariana (Foto: Reprodução/TV Globo)Procurador da República em Minas Gerais José Adércio Leite Sampaio (Foto: Reprodução/TV Globo)

O procurador da República José Adércio Leite Sampaio disse que o MPF pediu a reparação dos danos causados às vítimas. O valor será apurado durante a instrução processual, que deve ser feito pela Justiça.

“Havia sempre a busca pela exploração de mais minério, sempre em busca de aumentar os lucros e dividendos para a Samarco e suas detentoras”, disse o procurador. “Houve um sequestro da segurança em busca do lucro”, acrescentou.

 

De acordo com José Adércio, funcionários da Samarco notaram trincas no maciço da barragem de Fundão em 2014. Engenheiros disseram que eram sinais de pré-ruptura. Diante do cenário, segundo o procurador, a mineradora cumpriu parte das recomendações. “A empresa [Samarco] usava de ‘esparadrapos estruturais’ ao invés de dar respostas contundentes aos problemas da barragem”, disse o procurador.

A análise feita por uma força-tarefa do MPF constatou problemas no maciço da barragem, vazamentos, problemas na quantidade de água na barragem e nos procedimentos adotados para que fossem feitos o alteamento e o recuo de Fundão. Um laudo feito por uma auditoria independente concordou com a conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre a causa do rompimento da barragem, que foi a liquefação, quando há um acúmulo de água.

O procurador da República do Espírito Santo, Jorge Munhós, também participou da força-tarefa do MPF. Segundo ele, o órgão identificou um documento interno da Samarco de abril de 2015 que previa, em caso de rompimento da barragem, a possibilidade de provocar até 20 mortes, dano ambiental grave e paralisação das atividades da empresa por até dois anos.

Os documentos apontavam risco de falha na implementação e na operação das barragens do Complexo Germano. Segundo Munhós, estes documentos já previam o rompimento por causa do recuo do eixo da ombreira esquerda que geraria a liquefação.

Segundo o MPF, o Conselho de Administração da Samarco e os comitês dos quais a Vale e a BHP participavam sabiam dos problemas apresentados na barragem e não se manifestaram para garantir segurança. Documentos comprovam que a situação de Fundão foi levada a reuniões do Conselho e dos comitês sem que nenhuma medida efetiva tivesse sido tomada.

A Vale, uma das donas da Samarco, repudiou “veementemente” a denúncia apresentada pelo MPF envolvendo a mineradora e seus executivos. A empresa disse que o órgão “desprezou” provas e depoimentos dados neste quase um ano de investigação que mostram que a Vale não tinha conhecimento dos problemas apresentado em Fundão.

A mineradora ainda afirmou que os executivos que participam do Conselho de Administração da Samarco jamais souberam de riscos de rompimento da barragem, sendo que a eles sempre foi assegurada segurança da estrutura.

A Vale afirmou que “adotará firmemente as medidas cabíveis perante o Poder Judiciário para comprovar sua inocência e de seus executivos e empregados e acredita, serenamente, que a verdade e a sensatez irão prevalecer, fazendo-se a devida justiça”.

Por meio de nota, a Samarco refutou a denúncia dizendo que a “empresa não tinha qualquer conhecimento prévio de riscos à sua estrutura”. A mineradora disse ainda que a barragem era “regularmente fiscalizada, não só pelas autoridades como também por consultores internacionais independentes” e que a “segurança sempre foi uma prioridade” para a empresa (leia a íntegra da nota abaixo).

“A Samarco refuta  a denúncia do Ministério Público Federal, que desconsiderou as defesas e depoimentos apresentados ao longo das investigações iniciadas logo após o rompimento da barragem de Fundão e que comprovam que a empresa não tinha qualquer conhecimento prévio de riscos à sua estrutura.

A barragem de Fundão era regularmente fiscalizada, não só pelas autoridades como também por consultores internacionais independentes. Toda e qualquer medida sugerida e implantada no que diz respeito à gestão da estrutura seguia as melhores práticas de engenharia e segurança. A estabilidade da barragem de Fundão foi  atestada pela consultoria VOGBR.

Segurança sempre foi uma prioridade na estratégia de gestão da Samarco, que reitera que nunca houve redução de investimentos nesse tema por parte da empresa.”

Paulo Freitas Ribeiro, advogado de Ricardo Vescovi, informou em nota que “muito embora não tenha tido acesso aos termos completos da denúncia, a defesa tem absoluta certeza de que as acusações formuladas contra o ex-Presidente são improcedentes, o que, por certo, haverá de ser reconhecido pelo Poder Judiciário”.

Por nota, a VogBR informou que não irá se pronunciar.

A mineradora BHP Billiton disse que aguarda ser notificada oficialmente. Em nota, ela informou ainda que “repudia veementemente as acusações contra a empresa e os indivíduos denunciados e irá apresentar sua defesa contra as denúncias oferecidas, prestando também todo o suporte na defesa dos indivíduos denunciados”.

Inquérito da Polícia Federal
Na conclusão do inquérito da Polícia Federal, em junho deste ano, oito pessoas e as empresas Samarco, Vale e VogBR foram indiciadas por crimes ambientais e danos contra o patrimônio histórico e cultural.

Foram indiciados: Ricardo Vescovi, diretor-presidente licenciado, Kléber Terra, diretor-geral de operações, Germano Lopes, gerente-geral de projetos, Wagner Alves, gerente de operações, Wanderson Silvério, coordenador técnico de planejamento e monitoramento e Daviely Rodrigues, gerente, todos da Samarco, Rodrigo de Melo, gerente das usinas do Complexo da Alegria, da Vale, e Samuel Paes Loures, engenheiro da VogBR.

G1

Horário de verão começa no domingo em 10 estados e DF

Governo estima que irá economizar R$ 147,5 milhões com a mudança.
Estados das regiões Norte e Nordeste não adotaram o horário.Horário de verão 2016 (Foto: Arte/G1)

O horário de verão entrará em vigor no próximo domingo (16) em dez estados mais o Distrito Federal. A partir de meia-noite de sábado (15), os moradores devem adiantar os relógios em uma hora. O horário de verão vai durar até o dia 19 de fevereiro de 2017.

O governo federal estima que irá economizar R$ 147,5 milhões. O valor representa o custo evitado em usinas térmicas por questões de segurança elétrica e atendimento à ponta de carga no período de vigência do horário de verão.

O horário diferenciado vale para os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, além do DF.

Entre os objetivos está a redução da demanda durante o horário de pico, que vai normalmente das 18h às 21h. Com o horário de verão, a iluminação pública, por exemplo, é acionada mais tarde, deixando de coincidir com o horário de consumo da indústria e do comércio.

Redução do consumo
Segundo o governo, nos últimos dez anos, a medida tem possibilitado uma redução média de 4,5% na demanda por energia no horário de maior consumo e uma economia absoluta de 0,5%. Isso equivale, em todo o horário de verão,  ao consumo mensal aproximado de energia em Brasília, com 2,8 milhões de habitantes.

O governo explica que o horário de verão possibilita a ampliação do período de maior consumo, reduzindo o volume de carga de energia nas linhas de transmissão, nas subestações e nos sistemas de distribuição num mesmo momento, o que reduz os riscos de apagões.

No Brasil, o Horário de Verão tem sido aplicado desde 1931/1932, com alguns intervalos.

Segundo as pesquisas, o horário de verão pode afetar o tempo de prática de atividades físicas, no número de acidentes de carro e até no período em que funcionários passam navegando na internet de forma improdutiva durante o expediente.

G1

Imagem internet

Seca coloca quase 1,1 mil cidades em situação de emergência no país

Situação, mais grave no NE, também atinge Centro-Oeste, Norte e Sudeste.
No RN, mais de 90% dos municípios têm problema de abastecimento.

Ao menos 1.083 municípios do país, além do Distrito Federal, estão em situação de emergência por conta da seca ou da estiagem, segundo levantamento do G1. Em cinco dos 15 estados afetados, o cenário atinge mais da metade dos municípios – No Rio Grande do Norte, 90% estão em emergência.

O levantamento, feito pelo G1, leva em conta os municípios decretaram emergência e, posteriormente, tiveram tal situação reconhecida pelos governos estaduais, o que garante o acesso a recursos desses entes públicos.

O Nordeste é a região mais afetada. Lá, todos os estados têm cidades em emergência. A situação, entretanto, também atinge o Centro-Oeste, o Norte e o Sudeste.

Entre as cidades afetadas pela seca estão Rio Branco, onde o Rio Acre chegou a atingir o menor nível da história em 17 de setembro; Vitória, que enfrenta racionamento desde o dia 22 – o município, entretanto, não está na lista dos que tiveram emergência reconhecida pelo governo; e Brasília, onde algumas regiões chegaram a sofrer racionamento de 23 a 25 de setembro. O governo distrital prevê aumentar o valor das contas de água em 20% caso o nível dos dois principais reservatórios caia a 25%.

Além de problemas de abastecimento, a seca tem causado prejuízos à economia. Em Mato Grosso, a produtividade da safra de milho de 2016 caiu 32% em relação à safra 2014/2015, o que resulta numa perda de R$ 32 bilhões, segundo estimativas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuário (Imea). No Sergipe, a perda de safra de milho atinge 80%. No Espírito Santo, a produção de café robusta caiu 40% em 2016 na comparação com o pico de 2014.

Parcela de municípios afetados pela seca e estiagem (Foto: G1)

 

Em Goiás, embora não haja decretos de situação de emergência por conta de seca ou estiagem, o governo contabiliza 14 cidades que podem enfrentar problemas de abastecimento. Dentre elas está Goiânia, em razão da diminuição do nível do manancial que abastece a capital.

No Amazonas, o governo do estado avalia pedidos de reconhecimento de situação de emergência já decretadas por municípios. A navegação em trechos do Rio Madeira entre Amazonas e Roraima está restrita desde julho.

Previsão
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para os próximos três meses — outubro, novembro e dezembro (veja o mapa abaixo) –, mostra que as chuvas devem se comportar de forma variada dependendo da região do país.

 

 

Mapa mostra a previsão de chuvas para os próximos três meses no Brasil (Foto: Inmet/Reprodução)Mapa do Inmet mostra a previsão de chuvas para os próximos três meses no Brasil (Foto: Inmet/Reprodução)

 

Por exemplo, em alguns estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, são esperadas chuvas acima do normal. A região central da Bahia, no entanto, deve ter menos precipitação que o normal.

De acordo com a meteorologista Odete Chiesa, do Inmet, o Nordeste sofre com a seca há pelo menos quatro ou cinco anos. “Ano passado isso ocorreu bastante com relação ao El Niño, choveu muito no sul e pouco na parte mais ao norte do país. Este ano, isso se deve à ausência de passagem de frente fria, e a região Amazônica também está bem mais seca, demorou mais para ter as primeiras chuvas”.

Veja a situação nos estados com municípios em situação de emergência.

Acre
A capital, Rio Branco, está entre os sete municípios em situação de emergência por conta da estiagem. O rio Acre, que abastece a cidade, chegou a atingir o menor nível da história em 17 de setembro, 1,30 m. Nesta terça (3), marcava 2,1 m. Para que a cidade tenha abastecimento estável, é necessário que o rio chegue a pelo menos 3 m. Em Cruzeiro do Sul, o rio Juruá passa pela pior seca dos últimos 5 anos.

Em Brasiléia, poços artesianos secaram e cerca de 80 famílias estão sendo abastecidas com carros-pipa. Em Acrelândia, cidade de 14 mil habitantes, o nível do reservatório chegou a cair abaixo de 2,8 m, algo que não acontecia há 5 anos. O Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) diz que o abastecimento está normalizado, mas em alguns locais ainda é necessário uso de carro-pipa.

Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, passa pela pior seca dos últimos cinco anos (Foto: Anny Barbosa/G1)Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, passa pela pior seca dos últimos cinco anos (Foto: Anny Barbosa/G1)

 

Alagoas
Desde agosto, 40 dos 102 municípios do estado estão em emergência por conta da seca, a maioria no sertão alagoano. Na semana passada, o governo federal reconheceu a situação de emergência em todos eles.

Bahia
A represa de Sobradinho, maior reservatório de água do Nordeste, enfrenta o pior cenário em 85 anos, e pode zerar até o fim deste ano, segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando  Bezerra Coelho. Atualmente, o índice está em 10,35%.

O reservatório é o principal gerador de energia elétrica do Nordeste e, para evitar o agravamento da situação, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) pretende reduzir o volume de água retirado do local. Na segunda-feira (26), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu uma autorização de redução de 800 m³ por segundo para 700 m³ por segundo.

Além disso, dois outros importantes reservatórios estão com níveis baixos: a barragem de Água Fria II, que fornece água para o município de Vitória da Conquista; e a de Iguape, que atende Ilhéus. Nas duas cidades, o abastecimento de água funciona em esquema de rodízio desde o primeiro semestre deste ano.

Ceará
O volume de água armazenado nos principais reservatórios do estado está em 8,8%, o pior nível em mais de 20 anos. O reservatório do Castanhão, o principal do estado e que abastece a Grande Fortaleza, está com 6,22%. Das 184 cidades do estado, 126 estão em situação de emergência por conta da seca ou da estiagem, segundo o governo do Estado. A situação é pior no interior do estado e na zona rural.

Açude Castanhão está com menor nível desde que foi inaugurado (Foto: DNCS/Divulgação)Açude Castanhão está com menor nível desde que foi inaugurado (Foto: DNCS/Divulgação)

 

Distrito Federal
O Distrito Federal está em situação crítica desde 16 de agosto, quando os reservatórios de Descoberto e Santa Maria caíram abaixo de 40%, situação inédita nos últimos 30 anos. Na terça-feira (4), o Santa Maria estava com cerca de 46,89% e Descoberto, 32%. O governo do Distrito Federal informou que as contas de água vão subir 20% se as cotas chegarem a 25%.

Entre 23 e 25 de setembro, algumas regiões do distrito chegaram a sofrer racionamento de água. Estão proibidas as irrigações de jardins de postos de gasolina e uso de máquinas de limpeza de para-brisas.

A área urbana do DF está em estado de alerta. A situação de emergência foi decretada em 7 de junho para as regiões rurais, que são abastecidas por córregos.

Espírito Santo
O estado enfrenta a pior seca em 80 anos. Vinte das 78 cidades capixabas estão em situação de emergência e ao menos 14 estão fazendo racionamento de água. A Grande Vitória é abastecida em esquema de rodízio desde 22 de setembro.

Maranhão
O estado tem 35 estados em situação de emergência desde julho.

Mato Grosso
A seca é apontada como o principal motivo para a queda na safra de milho de 2015/2016, que deve ter um prejuízo de cerca de R$ 2,4 bilhões. Oito dos 141 municípios do estado estão em emergência. Em São Félix do Araguaia, que ainda não integra a lista, seis assentamentos estão sem água.

Minas Gerais
Dos 853 municípios mineiros, 138 estão em situação de emergência, de acordo com o governo estadual. Em Montes Claros, o rodízio em vigor desde 2015 não tem data para terminar. Em Grão Mogol, o nível baixo dos reservatórios mantém o município em abastecimento por meio de caminhões-pipa, como vem ocorrendo nos últimos 15 anos, na zona rural. Viçosa, embora não esteja em situação de emergência, enfrenta racionamento desde 17 de maio.

Paraíba
Mais da metade dos municípios do estado – 170 dos 223 – estão em situação de emergência. Dos 123 açudes monitorados pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), 20 estão com menos de 10% da capacidade, 30 estão com menos de 5% e 24, completamente secos.

No agreste, o reservatório de Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão, passa pela pior situação da história. Por conta disso, diversas cidades enfrentam um severo racionamento de água desde dezembro de 2014. Algumas cidades, como Lagoa Seca, chegam a passar 15 dias sem receber água nas torneiras.

Pernambuco
Assim como na Paraíba, mais da metade dos municípios pernambucanos estão em situação de emergência. São 125 dos 185. Mais da metade dos 87 reservatórios monitorados pela Agência Pernambucana de Águas e Clima estão em colapso, a maioria deles no sertão.

Nestes últimos 5 anos, as médias anuais de chuvas foram negativas em todas as regiões e, por isto, os níveis dos reservatórios foram reduzindo, sistematicamente ano após ano, até chegar a situação de colapso, segundo a Apac.

Dentre os reservatórios com pouca ou nenhuma água estão o de Barra do Juá, que fica em Floresta, e o do Chapéu, em Parnamirim. No agreste, o Jucazinho entrou em colapso em 26 de setembro, prejudicando o abastecimento de 200 mil pessoas.

barragem, jucazinho, pernambuco, agua, seca (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)Barragem do Jucazinho, que entrou em colapso (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)

 

Piauí
Das 224 cidades do estado, 128 estão em situação de emergência. A maior parte está situada na região do semiárido, onde os efeitos da seca são ainda mais severos. Entre os municípios nessa situação estão cidades polo como São Raimundo Nonato, Valença, Paulistana e São João do Piauí.

Praticamente todo o estado está em situação de seca extrema, que um nível antes do grave na classificação usada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Dois açudes piauienses estão no volume morto e um, o de Fátima, em Picos, é considerado seco.

Cidade de Oeiras foi mais uma a ter emergência reconhecida no Piauí (Foto: Patrícia Andrade/G1)Oeiras, uma das cidades a ter emergência reconhecida no Piauí (Foto: Patrícia Andrade/G1)

 

Rio Grande do Norte
Mais de 90% dos municípios potiguares estão em situação de emergência. Em 23 de setembro, o governo estadual publicou o 7º decreto consecutivo em decorrência da seca severa. Um relatório da companhia de águas e esgoto do estado (Caern) aponta que 14 cidades estão em colapso e 79, com fornecimento de água sendo feito por rodízio.

Dos 47 reservatórios com mais de 5 milhões de metros cúbicos de água, 8 estão secos, 21 estão em volume morto e outros cinco devem entrar nessa situação até o fim do ano, de acordo com um relatório do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn).

Como o G1 mostrou, o estado enfrenta o quinto ano consecutivo da pior seca da história.

Sergipe
Dos 75 municípios do estado, 17 estão em situação de emergência, de acoro com o governo do estado. A falta de chuvas tem provocado queda na produção de milho no Alto Sertão de Sergipe onde os produtores já contabilizam prejuízo de 80% da safra, mais 60% de perdas no feijão e 40% de queda na produção de leite.

Tocantins
O estado tem 22 de seus 139 municípios em situação de emergência por conta de seca ou estiagem. Oito solicitaram auxílio federal. “Os que não pediram têm feito a distribuição de água para consumo humano com recursos próprios. A Defesa Civil tem acompanhado os municípios para ver o que eles estão precisando”, informou o diretor executivo da Defesa Civil estadual, Diogenes Madeira.

Falta de água e seca contribuem para baixa no nível do rio Tocantins (Foto: Dirceu Leno/Prefeitura de Tocantinópolis)Falta de água e seca contribuem para baixa no nível do rio Tocantins (Foto: Dirceu Leno/Prefeitura de Tocantinópolis)

 

**Colaboraram G1 AC, G1 AL, G1 BA, G1 CE, G1 DF, G1 ES, G1 MA, G1 MT, G1 MG, G1 Zona da Mata, G1 Grande Minas, G1 PB, PB, G1 PE, G1 PI, G1 RN, G1 SE, G1 TO,

Ressaca destrói pousada e paisagem é modificada em SP: ‘Estrago gigante’

Fenômeno mudou a paisagem em Ilha Comprida durante o fim de semana.
Pedras de contenção foram arrastadas e chegaram na avenida principal.

Pousada foi 'levantada' pela água do mar em Ilha Comprida, SP (Foto: Rodrigo Luiz/Arquivo Pessoal)Pousada foi ‘levantada’ pela água do mar em Ilha Comprida, SP (Foto: Ricardo Luiz/Arquivo Pessoal)

Uma pousada foi arrastada e completamente destruída pela água do mar durante uma ressaca que ocorreu durante todo o fim de semana em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. Várias casas também foram atingidas pela força da maré e os moradores ainda contabilizavam, nesta segunda-feira (19), todos os estragos. Boa parte da paisagem na orla foi modificada pela maré.

A forte ressaca atingiu o bairro Ponta da Praia, onde a faixa de areia tem sofrido alterações nos últimos anos por causa do avanço do mar. A pousada ‘Filhas do Sol’, que estava vazia no momento do colapso, foi destruída pela força das ondas. De acordo com testemunhas, a água entrou e arrebentou o piso do imóvel, o que fez a pousada tombar para o lado e ficar inclinada. A ressaca derrubou pilastras e paredes e fez também fez o telhado desmoronar, arrastando parte da estrutura para o alto mar.

Segundo os moradores da região, a pousada estava cheia de móveis, eletrodomésticos e armários, que ficaram completamente estragados. OParedes e pilastras não aguentaram a ressaca (Foto: Ricardo Luiz/Arquivo Pessoal) local estava fechado devido a baixa temporada e, por esse motivo, não havia ninguém na pousada na hora da ressaca.

Paredes e pilastras não aguentaram a ressaca (Foto: Ricardo Luiz/Arquivo Pessoal)

O marceneiro Ricardo Luiz de Carvalho, de 40 anos, mora em Iguape, uma cidade vizinha. Durante o fim de semana, ele foi pescar em Ilha Comprida e ficou assustado com o cenário que encontrou na Ponta da Praia.

“Eu fiquei mais impressionado pela pousada, destruiu tudo lá. O mar invadiu, por causa da ressaca. Ao lado da pousada também teve um bar que estava caído. Fez um estrago gigante. Outras casas caíram, foi tudo para dentro do mar.  O mar jogou a sujeira todo para cima do asfalto. Eu já tinha visto isso acontecer. Quando a casa fica em risco, eles (moradores) já desmontam tudo. Mas, na pousada não foi isso que aconteceu”, conta.

Piso da pousada ficou destruído e paredes estão rachadas (Foto: Ricardo Luiz/Arquivo Pessoal)
Piso da pousada ficou destruído e paredes estão rachadas (Foto: Ricardo Luiz/Arquivo Pessoal)

Segundo a Prefeitura de Ilha Comprida, além do hotel, várias casas foram invadidas pela água. As famílias tiveram danos materiais, porém, depois que a água abaixou, elas voltaram para as moradias.

Grandes pedras, colocadas na areia para conter a ação do mar, foram levadas pela ressaca e rolaram até a avenida Beira-Mar. Galhos, troncos de árvores e pedaços de materiais de construção ficaram espalhados pela areia da praia e em parte da avenida.

Equipes da prefeitura trabalharam durante o fim de semana para retirar as pedras e limpar o local. Ainda segundo a prefeitura, não há dados sobre o nível da maré durante a ressaca do fim de semana.

Histórico
Em junho deste ano, uma forte ressaca também foi registrada na cidade. A água do mar invadiu algumas casas e destruiu parte de um muro. Uma das casas que fica em frente a Ponta da Praia foi atingida. A ressaca destruiu parte de um muro e invadiu o quintal, quebrando também a cerca de uma horta.

Construção ficou destruída com força da ressaca (Foto: G1)
Construção ficou destruída com força da ressaca (Foto: G1)
Ressaca fez estrago em praia de Ilha Comprida, SP (Foto: G1)

 

Ressaca fez estrago em praia de Ilha Comprida, SP (Foto: G1)

Ação humana é responsável por mais de 90% dos incêndios no País

Fogo representa risco permanente à fauna e à flora brasileiras, além de danos à saúde humana e aumento do aquecimento global

Até o dia 5 de agosto, foram registrados mais de 53 mil focos

O governo federal vem alertando para o alto risco de queimadas e incêndios florestais neste período do ano, com pico neste mês de setembro. Devido a uma estiagem prolongada provocada pelo El Niño nos últimos dois anos, as áreas ficaram mais suscetíveis aos incêndios, que causam prejuízos à fauna e à flora brasileiras, além de danos à saúde do homem.

Entretanto, “mais de 90% dos incêndios têm ação humana”, destaca o chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Gabriel Zacharias. “Temos o caso do produtor que vai fazer uma queimada no fundo o quintal e perde o controle do fogo, provocando um incêndio gigantesco. E existem os incêndios dolosos, em áreas de conflito ou em florestas sendo transformadas em pasto.”

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2016 houve um aumento de 65% nos focos de queimadas e incêndios florestais em relação ao mesmo período do ano passado. Até o dia 5 de agosto, foram registrados mais de 53 mil focos.

Fiscalização

O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), está fiscalizando as queimadas criminosas e orientando os produtores rurais nas melhores práticas de preparo da terra.

“Contratamos brigadas e estamos mantendo a situação sob controle. O nível de queimadas não aumentou como previsto para este mês”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

“Para o ano que vem, faremos com mais calma a prevenção. Já sabemos os meses e as áreas mais propícias a queimadas. Então, tenho certeza que com essas ações vamos diminuir bastante o número de queimadas”, ressaltou o ministro, que no início de agosto lançou em cadeia nacional a campanha Fogo no mato, prejuízo de fato.

Segundo o Prevfogo, neste ano foram contratados 834 brigadistas, que estão atuando em 50 brigadas distribuídas por 18 Estados, sobretudo na região Noroeste do Brasil, fronteira do Cerrado com a Amazônia, no chamado arco do desmatamento. Os brigadistas recebem capacitação, assistência técnica, equipamentos de combate e proteção individual e veículos 4×4.

Agricultores investem em seguro rural para prevenir prejuízos

Aplicação previne possíveis perdas, segundo produtores de Itapetininga.
Ministério da Agricultura aponta que SP é o 3º estado com mais seguros.

Mais atentos ao enfrentamento de perdas, os agricultores na região de Itapetininga (SP) têm aumentado o investimento no seguro rural. Segundo eles, a aplicação ajuda a prevenir os possíveis prejuízos com as safras.

Produtor de trigo no município, o agricultor Celso Ventura conta que não dava importância para o seguro da colheita até que sofreu um problema e mudou de opinião. “Planto em lavoura há muitos anos, nunca tinha feito seguro por não acreditar nisso. De uns quatro anos para cá fizemos, até que aconteceu uma seca em uma das safras e me pagaram certinho. Foi legal. Desde então, faço seguro todo ano”, revela.

O produtor de eucalipto Wilson Nei Theodoro de Syllos relata que foi o seguro rural que o livrou de sofrer grandes perdas quando teve parte da propriedade queimada. “Há dois anos tivemos um início de incêndio e queimou aproximadamente dois alqueires da nossa área. Mas como tínhamos o seguro, fui ressarcido”, diz.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o Estado de São Paulo é o terceiro no ranking do seguro rural, atrás apenas do Paraná e do Rio Grande do Sul, com R$ 400 milhões neste ano. O crescimento no índice é de 41%, quando comparado ao ano passado, em que se investiu R$ 282 milhões.

A representante de seguros Kátia Rocco Rebelis explica que os benefícios fornecidos atraem os agricultores. “Nos últimos 10 anos houve um crescimento muito grande do seguro rural, tanto em áreas contratadas quanto de novas coberturas, de melhorias para o produtor. Eles veem maior valor agregado na oferta do seguro”, indica.

Seguradora faz monitoramento de áreas por celular, diz corretor (Foto: Reprodução/TV TEM)
Seguradora faz monitoramento de áreas por
celular, diz corretor (Foto: Reprodução/TV TEM)

Para as seguradoras, o risco da ação é mínimo. Mesmo com um espaço de cobertura tão extenso, o corretor Simeão Barbosa da Silva garante que o monitoramento das propriedades é fácil. Com a ajuda de satélites, as empresas conseguem impedir possíveis fraudes de transferência de área assegurada. “Quando o segurado procura o corretor, a gente localiza por meio de celular ou computador qual é a localização dele no georeferenciamento, que identifica a latitude e longitude da área. A partir daí, temos o controle de onde é a cultura desse agricultor”, pondera.

No entanto, conforme o corretor David Elias Martin, a agricultura brasileira não está totalmente familiarizada com o seguro rural. “Ainda falta muita informação porque é um produto novo no Brasil. No mundo, esses seguros existem há 50 ou 70 anos e aqui é muito recente. Ainda não há uma cultura apurada para esse produto, então é interessante que as coisas fiquem claras para o produtor, para que ele não pense que está comprando uma coisa e levando outra”, conclui.

Investimento no seguro rural aumentou 41% em 2016, diz Ministério da Agricultura (Foto: Reprodução/TV TEM)
Investimento no seguro rural cresceu 41% em 2016, diz Ministério da Agricultura
(Foto: Reprodução/TV TEM)