Vice-governador de GO, José Eliton é baleado; candidato a prefeito morre

Um homem disparou contra veículo onde estavam políticos, diz assessoria.
José Eliton (PSDB) foi levado a hospital; atirador morreu baleado.

José Gomes (de vermelho) morreu baleado, em ItumbiaraVice-governador de Goiás é baleado; candidato a prefeito morre (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O vice-governador de Goiás, José Eliton (PSDB), foi baleado no abdômen durante uma carreata nesta quarta-feira (28), em Itumbiara, região sul de Goiás. Um atirador atingiu quatro pessoas e foi morto por seguranças do vice-governador. Três morreram: o candidato à prefeitura de Itumbiara José Gomes da Rocha (PTB), o PM Vanilson João Pereira, da escolta do vice, e o atirador.

Segundo o delegado regional de Itumbiara, Ricardo Chueire, que está no local do crime, o atirador foi identificado como Gilberto Ferreira do Amaral, funcionário da prefeitura. Ele foi atingido e morreu.

Segundo a assessoria de imprensa do Governo de Goiás, o atirador estava em um carro, parou na frente do veículo onde Eliton e José Gomes estavam e efetuou vários disparos.José Eliton, novo secretário de Segurança Pública de Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Eliton foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Modesto de Carvalho, em Itumbiara. Uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea de Goiânia está a caminho da cidade para transportar o vice-governador para a capital.

A assessoria de imprensa do governador disse que Eliton passa por uma cirurgia. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.

Perfil do José Eliton
José Eliton (PSDB) foi eleito vice-governador do Estado de Goiás com o governador Marconi Perillo (PSDB) e reeleito em 2014. Ele é formado em direito e já atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). No ano passado, foi secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED).

O político foi convidado pelo governador a assumir a Secretaria de Segurança Pública no dia 24 de fevereiro deste ano, substituindo Joaquim Mesquita. A troca aconteceu dois dias após a morte da estudante Nathália Zucatelli, 18 anos, baleada ao sair de um cursinho pré-vestibular, no Setor Marista, em Goiânia.

G1

Confira o perfil dos eleitores nas cidades da região de Itapetininga

Separado o perfil dos eleitores de Itapetininga, Tatuí, Itapeva e Avaré.
Maioria dos eleitores não concluiu o ensino fundamental, segundo o TSE.

Urna eletrônica (Foto: Nelson Jr./TSE)Maioria dos eleitores tem entre 25 a 39 anos na região (Foto: Nelson Jr./TSE)

A maioria dos eleitores das principais cidades da região de Itapetininga (SP) é mulher, tem entre 30 e 34 anos, e não concluiu o ensino fundamental, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Itapetininga (SP), Tatuí (SP), Itapeva (SP) e Avaré (SP), por exemplo, número de mulheres que vão votar varia de 52% a 51%. Já  porcentagem de eleitores que não terminaram o ensino fundamental varia de 27% a 32% entre as quatro cidades.

Em Itapetininga e Tatuí os eleitores que têm entre 30 e 34 anos são maioria com 11% do total, enquanto em Itapeva os eleitores entre 30 a 34 anos e 25 a 29 anos alcançam, cada, 11% do total. Já em Avaré a faixa etária de 30 a 34 anos divide a liderança com as faixas de 25 a 29 anos e 35 e 39 anos, todas com 10% do total.

Ainda segundo o TSE, a região de Itapetininga tem números semelhantes ao restante no Brasil. Nas eleições deste ano, o país terá 144 milhões de eleitores. Destes, 52% são mulheres, 11% têm entre 30 e 34 anos e 28% dos eleitores brasileiros não concluiu o ensino fundamental (veja o levantamento completo na página do TSE, e os perfis das cidades da região abaixo).

Itapetininga Perfil
157.016 moradores, segundo o IBGE, e 107.012 eleitores, conforme o TSE Sexo Mulheres: 55 mil, ou 51%
Homens: 51 mil, ou 48%
Não informado: 22, ou 0,02%
Idade Entre 30 e 34 anos: 12 mil, ou 11%
Entre 35 e 39 anos: 11.597, ou 10,83%
Entre 25 e 29 anos: 11.574, ou 10,81%
Grau de instrução Ensino fundamental incompleto: 33 mil, ou 31%
Ensino médio completo: 23 mil, ou 22%
Ensino médio incompleto: 22 mil, ou 21%

 

Tatuí Perfil
116.682 moradores, de acordo com o IBGE, e 83.564 eleitores, segundo o TSE Sexo Mulheres: 43 mil, ou 52%
Homens: 39 mil, ou 47%
Não informado: 38, ou 0,04%
Idade Entre 30 e 34 anos: 9,3 mil, ou 11%
Entre 35 e 39 anos: 9 mil, ou 10,8%
Entre 25 e 29 anos: 8,9 mil, ou 10,6%
Grau de instrução Ensino fundamental incompleto: 24 mil, ou 29%
Ensino médio incompleto: 18 mil, ou 22%
Ensino médio completo: 16 mil, ou 19%

 

Itapeva Perfil
92.710 moradores, segundo o IBGE, e 69.478 eleitores, de acordo com o TSE Sexo Mulheres: 35 mil, ou 51%
Homens: 33 mil, ou 48%
Não informado: 80, ou 0,1%
Idade Entre 30 e 34 anos: 7,7 mil, ou 11,1%
Entre 25 e 29 anos: 7,6 mil, ou 11%
Entre 35 e 39 anos: 7,5 mil, ou 10,9%
Grau de instrução Ensino fundamental incompleto: 18 mil, ou 27%
Ensino médio incompleto: 14,6 mil, ou 21%
Ensino médio completo: 14,3 mil, ou 20%

 

Avaré Perfil
88.385 moradores, conforme o IBGE, e 64.274 eleitores, segundo o TSE Sexo Mulheres: 33 mil, ou 52%
Homens: 30 mil, ou 47%
Não informado: 125, ou 0,1%
Idade Entre 30 e 34 anos: 6,8 mil, ou 10,6%
Entre 35 e 39 anos: 6,7 mil, ou 10,5%
Entre 25 e 29 anos: 6,5 mil, ou 10,2%
Grau de instrução Ensino fundamental incompleto: 21 mil, ou 32%
Ensino médio incompleto: 14 mil, ou 23%
Ensino médio completo: 12 mil, ou 18%

G1

Ministra da AGU é tucana há mais de 19 anos e diz que não sabia

Grace Maria Fernandes Mendonça entrou para a sigla em 1997. Agora diz que vai se desligar do partido

 

A advogada-geral da União, Grace Mendonça (Foto: Beto Barata/PR)

A ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Maria Fernandes Mendonça, pertence aos quadros do PSDB desde o dia 30 de abril de 1997. Em resposta a perguntas feitas pela EXPRESSO sobre sua condição no partido, ela disse não se lembrar de ter se filiado à legenda. Mas o registro, com o nome de solteira, está na página do Tribunal Superior Eleitoral (leia o documento).

Certificado de filiação partidária da ministra-chefe da AGU, Grace Mendonça (Foto: Reprodução)

Ela afirma que jamais participou da vida partidária do PSDB do Distrito Federal e que isso nunca interferiu em seu trabalho na AGU. “Sua atuação à frente da Advocacia-Geral da União é eminentemente técnico-jurídica e voltada ao exercício de uma advocacia pública de Estado”, afirmou por meio de nota.

Ela diz que vai pedir o desligamento da legenda e já conversou com o presidente do diretório distrital do PSDB, o deputado federal Izalci Lucas.

Grace tomou posse no cargo de ministra da AGU no dia 14 de setembro, em substituição a Fábio Medina, que saiu brigado com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Época

Temer se reúne com empresários em NY para pedir investimento no Brasil

Compromisso é um dos últimos do presidente em viagem oficial nos EUA.
Temer apresentará pacote de concessões e privatizações a investidores.

O presidente Michel Temer participa de encontro com investidores nesta quarta-feira (21), último dia de sua viagem oficial a Nova York. Na reunião, promovida pelo Council of the Americas (COA), Temer vai falar das oportunidades de investimento no Brasil, em especial do pacote de concessões e privatizações anunciado pelo governo na semana passada.

Nesta terça, Temer foi alvo de um protesto silencioso no plenário da ONU. Antes de o presidente brasileiro iniciar o discurso na Assembleia-Geral, delegações de seis países deixaram o local e não acompanharam a fala de Temer.

Durante a fala, o presidente do Brasil falou sobre a tentativa do país de retomar o crescimento econômico e de atrair investimentos estrangeiros.

Na comitiva que acompanhará Temer está o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, responsável pelo plano de concessões e privatizações, chamado pelo governo de “Crescer”.

Além dele, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) também devem participar do encontro nesta quarta.

Dos 34 projetos incluídos no pacote, 15 são da área de eletricidade (distribuidoras e hidrelétricas), óleo, gás, e mineração.

A meta do governo é arrecadar R$ 24 bilhões com concessões apenas em 2017. A previsão é que parte desses projetos sejam leiloados no ano que vem e, outra parte, no primeiro semestre de 2018.

As maiores novidades do programa estão na área de saneamento básico, com a concessão das companhias de água e esgoto em três estados: Pará, Rio de Janeiro e Rondônia. Esses projetos entraram no programa a pedido dos governos estaduais.

Projeto Crescer privatização concessão governo Temer (Foto: Arte/G1)

Aeroportos
Boa parte dos projetos já estava prevista na última fase do Programa de Investimento em Logística (PIL), anunciada em 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Entre eles, estão as concessões dos aeroportos de Florianópolis, Salvador, Porto Alegre e Fortaleza, dois trechos de rodovias e dois terminais portuários.

Em entrevista após o anúncio do pacote, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, confirmou que os próximos leilões de aeroportos não terão mais a participação da Infraero.

Nas últimas concessões, o governo exigiu que a estatal, responsável pela administração dos aeroportos públicos brasileiros, fosse sócia dos consórcios com 49% de participação.

O modelo do leilão de aeroportos também vai mudar. O governo agora vai fixar uma outorga (paga pelo concessionário pelo direito de explorar uma estrutura pública) e cobrará o pagamento à vista de 25% dela. O vencedor do leilão será quem oferecer o maior ágio (adicional) sobre essa cota de 25%. Além disso, o consórcio terá que pagá-la com recursos próprios.

Os outros 75% da outorga terão valor fixo e serão divididos em parcelas anuais a serem pagas ao governo ao longo do período de concessão. A previsão é que a outorga dos quatro aeroportos que serão licitados seja de pelo menos R$ 3 bilhões.

Ferrovias
O governo Temer vai revogar o decreto do governo Dilma que alterou o modelo de concessão do setor ferroviário. No modelo anterior, a vencedora do leilão constrói e opera a ferrovia, mas o direito de passagem de trens de transporte é negociado pela estatal Valec.

O objetivo era permitir que vários transportadores pudessem usar a estrada de ferro. Entretanto, nenhuma ferrovia chegou a ser leiloada neste modelo.

De acordo com o Ministério dos Transportes, os próximos leilões vão seguir o modelo aplicado durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nele, as empresas que vencem o leilão também prestam o serviço de transporte de carga.

Entretanto, no modelo do governo FHC há monopólio, ou seja, só a concessionária transporta carga pela ferrovia. Segundo o ministério, o governo Temer pretende que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) faça uma “arbitragem” que permita a outras transportadoras usarem a linha de ferro.

G1

Foto Internet

Candidatos do PMDB, do PSDB e do PSB lideram doações

doações de campanha
Levantamento do G1 junto aos dados das prestações de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que os candidatos do PMDB, PSDB e PSB foram os que mais receberam recursos de doações eleitorais. Em seguida aparecem PSD, PP e PDT. O PT aparece em 7º lugar.

 doações de campanha

Se levadas em conta apenas as candidaturas a prefeito, o PDT fica à frente do PP. Já se contabilizadas as doações feitas apenas aos candidatos a vereador, o PP aparece em 3º lugar, seguido de PSD, PT, PSB e PDT.

Os dados são até quinta (15), data em que o TSE divulgou o balanço da prestação de contas parcial das campanhas. Segundo o tribunal, 87,9% dos candidatos enviaram as informações relativas à prestação de contas parcial das campanhas. Entre os partidos, no entanto, o percentual foi de 48,05%.

Ao todo, os candidatos receberam R$ 881,7 milhões em recursos para as campanhas. Desse total, R$ 459 milhões foram para os candidatos a prefeito, 52% do total.

 Os candidatos têm de apresentar os relatórios das doações recebidas para a campanha a cada 72 horas, segundo as novas regras da Justiça Eleitoral. Na quinta, o TSE divulgou que

 Por Rosanne D’Agostino

Lula chora em ato do PT e diz que se entrega a pé se provarem corrupção

Ex-presidente diz ter consciência tranquila sobre acusações do MPF.
Lava Jato diz que Lula era o ‘comandante’ de esquema de corrupção.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (15), a denúncia do Ministério Público Federal, que o acusa de ser o “comandante máximo” da Lava Jato, além de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina. “Provem uma corrupção minha que irei a pé para ser preso.”

Em evento do diretório do PT em São Paulo, com a presença de várias lideranças políticas e de movimentos sociais, Lula voltou a negar irregularidades e afirmou que ganhou o direito de “andar de cabeça erguida” no país. Ele chegou a chorar em alguns momentos do discurso.

“Todas essas denúncias, tenho a consciência tranquila, e mantenho o bom humor, porque me conheço, sei de onde vim, sei para onde vou, sei quem me ajudou a chegar onde estou, sei quem quer que eu saia, sei quem quer que eu volte.”

Lula disse falar como um “cidadão indignado”, e não como político. “Nunca pensei em passar por isso.” Para o ex-presidente, “construíram uma mentira” e agora é hora de “concluir a novela”. “Vão agora dar o desfecho, acabar com a vida política do Lula. Não existe outra explicação para o espetáculo de pirotecnia que fizeram ontem [quarta].”

Para Lula, a lógica de coletivas de imprensa como a do MPF é dar manchete, “mostrar quem vamos demonizar. Isso acontece desde 2005”. “O PT é tido como partido que tem que ser extirpado da política brasileira.”

Ele questionou como se convoca uma entrevista para apresentar a prova de um crime e diz: “Eu não tenho prova, mas tenho convicção”. “Eu não posso dizer que convicção eu tenho deles.”

‘Respeito’ e ‘responsabilidade’
O ex-presidente defendeu o fortalecimento do Ministério Público e da Polícia Federal, mas disse que é preciso ter responsabilidade. “Respeito as instituições e respeito as leis. Vou prestar quantos depoimentos quiserem. É só me chamar”, afirmou.

“Quando eu transgredir a lei, me punam para servir de exemplo. Mas quando eu não transgredir, procurem outro para criar problema.” O ex-presidente declarou ainda que “ninguém está acima da lei, nem um ex-presidente, nem um procurador da República, nem um ministro do Supremo Tribunal Federal”.

Respeito as instituições e respeito as leis. Vou prestar quantos depoimentos quiserem. É só me chamar”
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente

Lula disse não tem espaço para ficar triste. Com lágrimas nos olhos, o ex-presidente afirmou que “sabe o que é, num domingo de chuva, com cinco irmãos, em São Bernardo do Campo, esperando a hora do almoço sem ter um bocado de feijão para colocar no fogo.”

Ele disse que vai continuar lutando. “Só Deus pode me fazer parar.”

O ex-presidente afirmou que não irá perder o sono por causa das investigações. “A história mal começou. Alguns pensam que ela terminou. E eu vou viver muito. Estou com 70 anos, com vontade de viver mais 20.”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chora durante entrevista coletiva sobre a denúncia do Ministério Público Federal contra ele e sua esposa Marisa Letícia por crimes de corrupção, em um hotel no centro de São Paulo (Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo)Lula chora em discurso, em SP, sobre a denúncia do MPF contra ele e sua esposa por de corrupção
(Foto: Nelson Antoine/FramePhoto/Estadão Conteúdo)

Transparência
Lula disse que seu governo e de Dilma tomaram medidas para combater a corrupção, além do fortalecimento da PF e do MPF. “Criamos o portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação.”

“Não é que somos mais honestos que ninguém, mas tiramos da sala o tapete que escondia a corrupção do país.” Segundo Lula, “só tem um jeito de a pessoa não ser perseguida, é ser honesta”.

Não é que somos mais honestos que ninguém, mas tiramos da sala o tapete que escondia a corrupção do país”
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente

Trajetória e ódio contra o PT
No início do discurso, Lula falou sobre a sua trajetória como sindicalista e sua entrada na política. “Tenho orgulho de ter criado o mais importante partido de esquerda da América Latina.” Ele disse que chegou à Presidência com o objetivo de não errar.

“Não prometi o socialismo para ninguém, não prometi o fim da luta de classes, propus algo muito mais simples, que, se chegasse ao final do meu mandato, que cada brasileiro tivesse três refeições por dia”, afirmou, destacando ter feito muito mais do que isso.

“Tenho consciência de que o meu fracasso teria agradado meus adversários, meu fracasso não teria despertado tanto ódio contra o PT. O que despertou ira foi o sucesso do governo, a maior política de inclusão social do país, a maior política de bancarização do país”, disse.

Ele citou tentativas de golpe na história do Brasil, como as feitas contra os presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, e disse que o mesmo aconteceu com ele e Dilma, que acabou tirada do cargo.

Segundo Lula, seus adversários “transformaram uma mentira em verdade” e aprovaram o impeachment de Dilma na Câmara, liderados “por um cidadão [Eduardo Cunha] que agora foi cassado”. E o processo foi ao Senado.

O que despertou ira [contra o PT] foi o sucesso do governo
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente

O ex-presidente disse que achava que o Senado tinha “um nível superior”. “E eis que o Senado se apequenou, repetindo a Câmara e aprovando a admissibilidade. […] Eles conseguiram dar um golpe tranquilo e pacífico.” Ele agradeceu aos parlamentares que votaram contra o impeachment.

Lula convidou os militantes a usar camisa vermelha, para demonstrar orgulho de integrar o PT. Ele pediu que não pensem que está desanimado ou sofrido. “Daqui para frente, cada petista nesse país tem que começar a andar de camisa vermelha. Quem não gostar, coloque de outra cor. Mas esse partido tem que ter orgulho, porque ninguém fez mais do que nós fizemos nesse país”, disse.

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Nota do PT
Antes da fala de Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, leu uma nota de repúdio à denúncia apresentada contra o ex-presidente e sua mulher. O texto, que foi escrito pelo diretório nacional do PT, criticou a “criminalização” do PT e disse a peça acusatória não tem provas e foi politicamente orientada, desrespeitando direitos e garantias constitucionais.

“Ao denunciar, confessadamente sem provas, o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, além de Paulo Okamoto e outros cidadãos, o chefe dos procuradores sediados em Curitiba torna cada vez mais evidente o envolvimento de seu grupo na tramoia que levou ao golpe contra a presidenta eleita democraticamente. E desmascara sua intenção cavilosa, persecutória e autoritária, de antecipar, à margem da lei, um julgamento sumário e condenatório dos que elegeu, seletivamente, como vítimas”, diz o texto do PT.

A nota chamou a coletiva de imprensa do MPF de “grotesco espetáculo midiático” e disse que os procuradores viraram “porta-bandeira da mata antipetista”. “Mancomunados para criminalizar nosso partido e animar a campanha midiática contra os governos liderados pelo PT, estes burocratas facciosos agora buscam concluir o trabalho sujo que lhes foi encomendado pelas forças reacionárias. Seu objetivo é retirar da cena política o principal líder do povo brasileiro e restringir os próximos processos eleitorais a um jogo controlado pelas oligarquias.”

O evento reuniu o ex-ministro-chefe da Casa Civil Jacques Wagner, o senador Humberto Costa(PT-PE), a senadora Gleise Hoffmann (PT-PR), o presidente da CUT, Vagner Freitas, o deputado Vicentinho (PT-SP), o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP), entre outras dezenas de lideranças do PT.

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), como Guilherme Boulos, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também marcam presença.

A denúncia
Na quarta-feira (14), o MPF denunciou Lula, a mulher dele, Marisa Letícia, e mais seis pessoas no âmbito da Operação Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol afirmou que, segundo provas do MPF, Lula era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato”. VEJA A ÍNTEGRA DA DENÚNCIA

A denúncia abrange três contratos da OAS com a Petrobras e diz que R$ 3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula. Os crimes imputados aos denunciados são corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia não significa que eles sejam culpados dos crimes de que são acusados. Cabe à Justiça acolher ou não as argumentações dos promotores. Se acolher, os denunciados se tornarão réus e serão julgados.

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A força-tarefa da Lava Jato afirmou que deixou de denunciar Lula pelo crime de organização criminosa porque este fato está em apuração no Supremo Tribunal Federal (STF).

O MPF pede a indenização de R$ 87,6 milhões, que deveria ser paga pela OAS e também por Lula, além de R$ 58,4 milhões, a serem pagos por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS.

A denúncia do MPF diz que todo o megaesquema envolve o valor de R$ 6,2 bilhões em propina, gerando à Petrobras um prejuízo estimado em R$ 42 bilhões.

Em nota, os advogados de Lula disseram que o ex-presidente e sua mulher “repudiam publica e veementemente a denúncia” do MPF, a qual chamaram de “peça de ficção” e de “truque de ilusionismo”.

O texto, assinado por Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, diz que os procuradores não apresentaram provas concretas de que o casal tentou esconder a propriedade do imóvel e que os recursos usados pela empresa tiveram origem em desvios da Petrobras. Segundo eles, a coletiva de imprensa violou as garantias de dignidade da pessoa humana e da presunção da inocência. “O evento apresentou denúncia como uma condenação antecipada aos envolvidos”, afirma a nota.

G1

Nova presidente do STF, Cármen Lúcia diz ser contra o foro privilegiado

Ministra conversou com a jornalista Renata LoPrete.
Ela também falou sobre o aumento do STF, impeachment e Lava Jato.

A ministra Cármen Lúcia, que nesta segunda-feira (12) tomou posse no cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, em entrevista exclusiva à jornalista Renata LoPrete, da GloboNews, que é a favor do fim do foro privilegiado. A entrevista foi concedida em Brasília à  antes da cerimônia de posse, na tarde desta segunda.

Cármen Lúcia também reforçou sua posição a respeito da ilegalidade do caixa dois, e contra a tentativa de políticos de tentarem conseguir uma “anistia” para a prática. “Ilícito é ilícito, anistia só pode ser concedia quando tiver uma causa social que justifique as circunstâncias nas quais ela comparece. Eu não acho que a sociedade brasileira de alguma forma vá aceitar esse tipo de conduta”, afirmou a nova presidente do STF.

Salários do Judiciário
Durante a entrevista, a ministra também respondeu a outras perguntas polêmicas, como o aumento do salário dos ministros do Supremo, que tem um efeito cascata de bilhões, porque será aplicado automaticamente a instâncias inferiores do Judiciário.

Nesse caso, Cármen Lúcia explicou que ainda não tomou uma posição e que, antes de se pronunciar, vai buscar informações sobre os motivos pelos quais o ex-presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, aceitou o reajuste. “Chegando à presidência, eu vou primeiro me assenhorar de todos os dados relativos a isso, exatamente por causa das consequências que já se puseram publicamente, como sendo extremamente graves, nefastas, em uma hora de muitas dificuldades para o Brasil”, afirmou ela.

A presidente, porém, não descartou uma possibilidade de rever essa posição. “Minha primeira providência é verificar todos os dados, esclarecer para juízes e para a população o que está acontecendo, sempre com toda a abertura e transparência dizer qual é a posição que eu passarei a adotar, junto com os outros ministros, evidentemente.”

Impeachment
A nova presidente do Supremo também evitou expressar uma posição definitiva sobre o fatiamento do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff – outros ministros do STF já criticaram publicamente a decisão tomada em sessão do Senado para que o afastamento da presidente não a impeça de exercer funções públicas.

“O que o tribunal fará é submeter isso ao plenário, uma vez que é uma matéria que, se foi conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal, na condição de quem coordenava e presidia a sessão, também apresentou motivos que precisam de ser agora resolvidos de maneira definitiva, decisiva, pelo plenário do Supremo. Assim que os relatores dessas ações se liberarem, se declararem habilitados, eu imediatamente pautarei para que isso seja devidamente resolvido.”

Lava Jato
Indagada sobre o andamento do julgamento dos processos relacionados ao Petrolão e à Lava Jato, em comparação com o julgamento do Mensalão, Cármen Lúcia explicou que o processo anterior foi investigado de forma distinta pelo Ministério Público, mas que, no Supremo, o julgamento receberá “o mesmo empenho” dos ministros.

“No primeiro caso, em 2005, quando foi apresentada a denúncia que gerou a ação penal, quando foi recebida, isto aconteceu num prazo curto, mas a instrução, que foi alongadíssima, e que era um caso com, inicialmente, 40 denunciados, foi de 2007, data de recebimento, até a data do julgamento, que foi de 2012”, lembrou ela.

“A técnica agora do Ministério Público foi, para cara grupo, de pessoas que tinham, de alguma forma, que ser investigados, e que tinham os mesmos fatos na base, entregar ou conferir aquele agrupamento, a uma circunstância processual específica. Por isso nós temos muitos inquéritos. E alguns vão andar mais rapidamente do que outros.”

A ministra afirmou ainda que, ao contrário de outras instâncias, como a do Paraná, onde já houve diversas condenações, no STF há apenas onze juízes, e nenhum deles pode ser dedicar a apenas um caso, por maior importância que ele possa ter para a sociedade. “Para o Brasil esse processo é simbólico, mas para o outro é a vida”, afirmou ela, em referência à grande quantidade de casos de habeas corpus de pessoas presas que chegam à última instância da Justiça.

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G1

Câmara deve votar cassação de Eduardo Cunha nesta segunda-feira

Dez meses após o processo começar a tramitar no Conselho de Ética, a Câmara dos Deputados tem sessão marcada nesta segunda-feira (12) para que o plenário decida sobre a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A sessão está prevista para ter início às 19h.

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Cunha já informou que pretende comparecer pessoalmente à sessão para fazer a sua defesa ao lado do seu advogado, Marcelo Nobre. Alvo da Operação Lava Jato, o peemedebista é acusado de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas emdepoimento à CPI da Petrobras no ano passado.

 
Eduardo Cunha, durante sessão plenária na Câmara dos Deputados em outubro de 2015 (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo)
O deputado sempre negou ser o titular de conta fora do país, mas diz apenas ser o beneficiário de recursos geridos por trustes (empresas que administram fundos e bens).

O processo no Conselho de Ética foi instaurado em novembro do ano passado a partir de uma representação do PSOL e da Rede. Em razão de sucessivas manobras levadas a cabo por um grupo fiel de aliados, Cunha conseguiu estender o andamento do processo.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em uma decisão inédita, afastá-lo da presidência da Câmara e também suspender o seu mandato parlamentar por entender que ele estaria usando o cargo para interferir nas investigações contra ele. Cada vez mais isolado politicamente, Cunha acabou renunciando ao cargo de presidente em julho.

Para a sessão desta segunda-feira, até mesmo parlamentares próximos ao peemedebista reconhecem que as chances de ele conseguir salvar o seu mandato são mínimas.

De qualquer maneira, a estratégia em análise por esse grupo de aliados é tentar questionar o procedimento de votação para reduzir a pena de Cunha para uma suspensão temporária ou até, caso a cassação se confirme, evitar que ele fique inelegível. A saída mais provável é que eles apresentem uma questão de ordem pedindo que seja votado um projeto de resolução em vez do parecer oriundo do Conselho de Ética.

A diferença é que, regimentalmente, o primeiro permite que o seu teor seja alterado por meio de emendas. No caso do parecer, que pede a perda do mandato de Cunha, os deputados não podem mexer no que veio do Conselho de Ética, mas apenas votar a favor ou contra a sua aprovação.

cunha

Veja abaixo como deverá ser o rito da sessão no plenário:

Início da sessão e da votação
A sessão extraordinária está convocada para as 19h desta segunda-feira (12). O quórum mínimo para abrir a sessão é de 51 deputados. Para ter início a fase de votação, chamada de ordem do dia, é necessária a presença de pelo menos 257 deputados.

O presidente da Câmara já disse que só iniciará a votação com a presença de 420 deputados no plenário. Segundo ele, por se tratar de uma decisão importante, é preciso haver quórum significativo, tanto para decidir pela absolvição quanto pela cassação.

Questões de ordem
Em tese, qualquer deputado pode apresentar, a qualquer momento da sessão, questões de ordem para levantar questionamentos sobre a tramitação do processo. Mas a expectativa é que as questões de ordem sejam apresentadas logo no início da sessão.
Aliados de Eduardo Cunha já têm dito que pretendem pedir que seja votado um projeto de resolução no lugar do parecer do Conselho de Ética.A diferença é que o primeiro permitiria a votação em partes – primeiro a cassação, depois a inelegibilidade. Nessa hipótese, a intenção é assegurar que, mesmo cassado, Cunha não perca o direito de voltar a disputar eleições.

Isso porque a Lei da Ficha Limpa prevê que, em caso de perda de mandato, o político fique inelegível por oito anos, além do tempo restante para o fim do mandato. No entendimento da Secretaria-Geral da Câmara, o plenário só pode votar o parecer do Conselho de Ética. A tendência, portanto, é Rodrigo Maia rejeitar uma questão de ordem sobre o assunto. Mas ele pode entregar para o plenário decidir.

Análise do recurso
Se os aliados de Cunha apresentarem o recurso durante a sessão questionando a decisão monocrática do presidente da Câmara contra questão de ordem, Maia precisará consultar o plenário, em votação simbólica, para saber se os deputados concordam em fazer uma votação especificamente para analisar o pedido para suspender o processo até que a CCJ se manifeste sobre o assunto.

Um terço dos deputados precisa erguer as mãos concordando com a realização da votação para apreciar o pedido de suspensão. Quem avalia se um terço dos parlamentares é favorável à votação é o próprio Maia, ao olhar o número de mãos levantadas no plenário. Se o presidente daCâmara considerar que um terço dos deputados é a favor da consulta, o recurso é colocado em votação.

Para o efeito suspensivo ser aprovado, a maioria simples dos deputados presentes na sessão precisa se manifestar favoravelmente. Se isso acontecer, a votação do processo é paralisada até que o recurso seja analisado pela CCJ. A comissão terá prazo de três sessões do plenário para apreciar o recurso.

Se o efeito suspensivo não for acatado, mesmo assim o recurso é enviado para a CCJ, porém, neste caso, a sessão no plenário prosseguirá normalmente.

Acusação
Com o prosseguimento da sessão, entra-se, então, na fase de discussão. O relator no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), terá 25 minutos para apresentar as conclusões do parecer que recomenda a cassação de Eduardo Cunha.

Defesa
Em seguida, o advogado Marcelo Nobre, que faz a defesa de Cunha, terá 25 minutos para apresentar os seus argumentos. Depois, o próprio Eduardo Cunha também terá mais 25 minutos para se manifestar.

Discussão
Os deputados inscritos terão até cinco minutos para discursar na tribuna. A duração dessa etapa dependerá do número de inscritos. A lista de inscrição somente será liberada quando tiver início a sessão, a partir das 19h de segunda-feira. A qualquer momento, os líderes partidários também poderão usar a palavra por um prazo que varia de três a dez minutos, proporcional ao tamanho da bancada.

Encerramento da discussão
Após dois parlamentares discursarem a favor de Cunha e dois contra, pode ser apresentado um requerimento para encerramento da discussão. Se aprovado, com maioria simples, passa-se à etapa seguinte, que é a de votação. Caso contrário, dá-se continuidade à lista de inscritos.

Votação
A votação é no painel eletrônico e aberta. Ou seja, será possível saber como cada deputado votou. São necessários pelo menos 257 votos dos 511 deputados aptos a votar.

Por estar afastado do mandato e ser o alvo da representação, Eduardo Cunha não pode votar. E, pelo regimento, o presidente da Câmara só vota para desempatar, o que é improvável no caso.

Se for votado e aprovado o parecer do Conselho de Ética, Cunha, além de ter o mandato cassado, fica inelegível pelo prazo que falta para acabar o seu mandato (até 2018) e mais oito anos depois.

g1

 

Integrantes do MST protestam na Castello Branco no interior de SP

Grupo interditou a pista no quilômetro 272, em Iaras, diz polícia.
Segundo integrante, motivo foi posicionamento do TCU em relação ao Incra.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) interditaram o quilômetro 272 da rodovia Castello Branco (SP-280), em Iaras (SP), no final da manhã desta sexta-feira (9). De acordo com o grupo e a Polícia Militar Rodoviária, cerca de 100 pessoas participaram do protesto pacífico. A Concessionária CCR SP Vias informou que as duas faixas do sentido Interior-Capital ficaram congestionadas durante o ato, que começou 11h30 e terminou 12h45.  O trânsito segue normalmente.

Segundo o grupo, o motivo da manifestação foi porque o MST quer que o Tribunal de Contas da União (TCU) reveja a posição contra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (Incra). Os manifestantes alegaram que o TCU processou o Incra e muitas famílias não estão sendo reconhecidas como assentadas. Sem o reconhecimento, os integrantes afirmam que as famílias têm o Certificado de Concessão de Uso (CCU) bloqueados e perdem direitos.

Em nota, o Incra afirma que apresentou plano de providências ao TCU para atender às recomendações do tribunal e que aguarda manifestação quanto ao pedido de desbloqueio parcial de beneficiários para acesso às políticas públicas da agricultura familiar. Diz ainda que respeita as manifestações, mas que o bloqueio de rodovias prejudica a sociedade e não contribui com solução da questão.

Grupo do MST interdita rodovia Castello Branco em Iaras (Foto: Arquivo pessoal)Grupo do MST interdita rodovia Castello Branco em Iaras
(Foto: Arquivo Pessoal)
Pista sentido Interior-Capital ficou congestionada em Iaras, diz concessionária (Foto: Arquivo pessoal)Pista sentido Interior-Capital ficou congestionada em Iaras, diz concessionária
(Foto: Arquivo Pessoal)

Mais de 1/3 dos candidatos não tem o ensino médio completo

Mais de 1/3 dos candidatos não tem o ensino médio completo

nivel-escolaridade

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 37,1% dos candidatos que disputam um cargo nestas eleições não têm o ensino médio completo. Os números revelam ainda que 21% dos candidatos têm ensino superior completo – número quase igual ao da passada, em 2012, quando 20% tinham completado um curso universitário. Outros 4,4% iniciaram uma faculdade, mas ainda não a concluíram.

A principal parcela dos candidatos declara ter ensino médio completo: 183 mil dos quase 490 mil que concorrem neste ano – o que representa 37,4% do total.

Segundo os números do TSE, 13,6% têm o ensino fundamental completo e 15,5% o ensino fundamental incompleto.

Há ainda 13.977 candidatos que dizem apenas ler e escrever (3% do total) e sete candidatos que se declaram analfabetos – neste último caso, se a informação não tiver sido colocada por engano no cadastro, eles fatalmente serão considerados inelegíveis. Isso porque é permitido que os analfabetos votem, mas não que concorram no país. Se não for possível apresentar um certificado ou um diploma, o juiz eleitoral pode aferir se ele consegue ao menos ler e escrever por de meio de testes.

Entre os partidos, o estreante NOVO é disparado o que abriga os candidatos com maior nível de instrução: 121 dos 144 postulantes (84%) têm superior completo. O PT do B aparece na ponta de baixo, com 15% dos políticos com uma faculdade no currículo.

A escolaridade também varia bastante de acordo com o cargo disputado. Entre os que concorrem a prefeito, 51% têm ensino superior completo e menos de 1% diz apenas ler e escrever. No caso dos candidatos a vereador, 19% possuem ensino superior completo.

A média dos políticos, no entanto, está acima da brasileira. Segundo o IBGE, metade da população não tem o ensino médio completo, 12% têm ensino superior e 8,3% dos maiores de 15 anos são analfabetos.

 

Por Thiago Reis

Eleições 2016: o que faz um vereador

Além de propor leis e votar, vereadores devem fiscalizar o Executivo.
Em 2012, 56 mil vereadores foram eleitos em todo o país.

A cada quatro anos, brasileiros em todo o país se mobilizam para eleger os vereadores das suas cidades. Em 2012, mais de 56 mil vereadores foram eleitos em todo o país para ocupar as Câmaras de cada uma das cidades do Brasil.

Mas o que faz um vereador? Veja abaixo os principais pontos para entender melhor o cargo político.

Requisitos
Para se candidatar a vereador, a pessoa precisa ter o domicílio eleitoral na cidade em que ela pretende concorrer até o dia 2 de outubro de 2015 – ou seja, um ano antes da eleição – e precisa estar filiada a um partido político até o dia 2 de abril de 2016. Além disso, precisa ter nacionalidade brasileira, ser alfabetizada, estar em dia com a Justiça Eleitoral, ser maior de 18 anos e, caso seja homem, ter certificado de reservista.

Número de vagas
Cada Câmara pode ter no mínimo 9 e no máximo 55 vereadores. O total de vagas depende do tamanho da população de cada cidade. Em São Paulo, por exemplo, que é a maior cidade do país, com quase 12 milhões de habitantes, são 55 vereadores eleitos a cada quatro anos. Já no menor município do país, Serra da Saudade (MG), que tem apenas 818 pessoas, são apenas 9 vereadores.

Plenário da Câmara de SP (Foto: Roney Domingos/ G1 )Plenário da Câmara de São Paulo, que tem 55 vereadores
(Foto: Roney Domingos/ G1 )

Salário e horário de trabalho
O salário dos vereadores segue a mesma lógica, ou seja, depende do número da população da cidade. Em cidades pequenas, de até 10 mil pessoas, os salários devem ser no máximo 20% do salário de um deputado estadual daquele estado. O percentual aumenta de acordo com o número de habitantes, até chegar a 75%, no caso das cidades com mais de 500 mil habitantes.

Quanto ao horário de trabalho, ele muda de cidade para cidade, pois não há uma regra fixa. É possível propor e aprovar projetos de lei determinando horários específicos ou cargas horárias a serem cumpridas, mas isso depende de cada cidade.

Trabalho no Legislativo
Os vereadores fazem parte do poder Legislativo e, como tal, elaboram, discutem e votam as leis municipais – ou seja, que envolvem impostos municipais, educação municipal, linhas de ônibus, saneamento, entre outros temas da cidade.

Para discutir e votar durante as sessões legislativas, os vereadores se organizam em partidos. Há os partidos que são considerados da base do governo (não apenas o partido do próprio prefeito, mas outros que apoiam a sua gestão) e os considerados de oposição.

Mas isso não quer dizer necessariamente que um vereador que faz parte da oposição vai votar sempre contra as propostas do prefeito, pois, apesar das disputas políticas, os parlamentares devem ter seus interesses pautados pelo interesse da coletividade. Isso porque cada vereador é eleito de forma direta, pelo voto, sendo um representante da população. Por isso, deve propor projetos que estejam de acordo com os interesses e o bem-estar da população.

Votações de projetos
Mesmo com as disputas políticas, acordos têm que ser feitos para chegar a decisões, já que são os votos da maioria que contam. Isso acontece quando são apresentados projetos, emendas e resoluções, por exemplo. Eles têm que passar por comissões, como a de Constituição e Justiça e a de Finanças, e ir para votação no plenário.

Mesmo depois de aprovados, projetos e emendas precisam passar pelo prefeito, que pode vetar total ou parcialmente ou aprovar. Quando há aprovação, o projeto é publicado no Diário Oficial da cidade e vira lei.

Caso o projeto seja vetado, mesmo que parcialmente, ele deve voltar a ser discutido pelos vereadores, que têm que decidir se aceitam ou não a decisão do prefeito.

É importante destacar que não são apenas os vereadores e o prefeito que podem apresentar projetos de lei. Os eleitores também podem propor mudanças na Lei Orgânica do município. Para isso, precisam coletar assinaturas de pelo menos 5% do eleitorado da cidade.

Professores realizam protesto em frente a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, chegando a interditar a Avenida Rio Branco. Integrantes do Black Bloc participam da passeata. (Foto: Reynaldo Vasconcelos/Futura Press/Estadão Conteúdo)Protesto em frente a Câmara Municipal do Rio de Janeiro;
é dever da população cobrar dos representantes
(Foto: Reynaldo Vasconcelos/ Futura Press/Estadão Conteúdo)

Função fiscalizadora
Além das votações, os vereadores também têm o poder e o dever de fiscalizar a administração, cuindando da aplicação dos recursos e observando o orçamento. Ou seja, é dever deles acompanhar o poder Executivo, principalmente em relação ao cumprimento das leis e da boa aplicação e gestão do dinheiro público.

São os vereadores que julgam as contas públicas da cidade – julgamento que acontece todo ano com a ajuda do Tribunal de Contas, que é um órgão assessor de fiscalização do próprio poder legislativo, apesar de seu nome sugerir que ele faça parte do poder judiciário.

É dever dos vereadores examinar bem as contas da cidade, sendo que ela apenas são rejeitadas se dois terços dos parlamentares concordarem com isso.

Juntamente a esse dever, os vereadores também devem checar se o prefeito e outros funcionários públicos, incluindo eles mesmos, estão desrespeitando alguma lei.

Dever do eleitorado
Para companhar se os vereadores estão cumprindo bem seus deveres perante a população, os eleitores podem ir às sessões legislativas ou mesmo conversar com os vereadores em seus gabinetes. Caso o eleitor descubra alguma irregularidade, é possível fazer uma denúncia ao Ministério Público.

Isso porque, resumindo, o vereador é a ligação entre o governo e o povo. Ele tem o poder de ouvir o que os eleitores querem, propor e aprovar esses pedidos na Câmara e ficar de olho para ver se o prefeito e seus secretários estão colocando essas demandas em prática. Por isso, é importante acompanhar para ver se o trabalho está sendo bem desenvolvido.

Foto Principal Captada Internet ( Ismar Bastos )

Eleições 2016: o que faz um prefeito

Prefeito precisa administrar recursos e elaborar políticas públicas.
Em 2016, deverão ser escolhidos prefeitos para 5.568 cidades do país.

Mas o que faz um prefeito? Veja abaixo os principais pontos para entender melhor o cargo político.

Requisitos
Para se candidatar a prefeito, a pessoa precisa ter o domicílio eleitoral na cidade em que ela pretende concorrer até o dia 2 de outubro de 2015 – ou seja, um ano antes da eleição – e precisa estar filiada a um partido político até o dia 2 de abril de 2016. Além disso, precisa ter nacionalidade brasileira, ser alfabetizada, estar em dia com a Justiça Eleitoral, ser maior de 21 anos e, caso seja homem, ter certificado de reservista.

Salário
O salário do prefeito é definido pela Câmara Municipal de cada cidade. Os vencimentos variam de município para município. O valor só não pode ser superior ao teto do STF (Supremo Tribunal Federal).

Trabalho no Executivo
O prefeito é o responsável pelo poder Executivo e, como tal, deve colocar em prática o conjunto de intenções de seu governo. Entre suas funções, está decidir onde aplicar os recursos provenientes de impostos municipais, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o ISS (Imposto sobre Serviços), e as verbas decorrentes de repasses feitos pelo governo estadual e pelo governo federal.

O prefeito também deve elaborar políticas públicas de educação, saúde, moradia, saneamento básico, entre outras, garantindo o pleno funcionamento dos serviços considerados essenciais à população.

É dever do prefeito ainda fazer acordos com os governos estadual e federal, pedindo auxílios quando for necessário, e tomar decisões que mantenham a cidade funcionando.

Mas o prefeito não governa sozinho. Ele nomeia secretários como seus auxiliares e precisa trabalhar junto com os vereadores do município.

É responsabilidade do prefeito, por exemplo, analisar as leis feitas pelos vereadores e decidir se sanciona ou se veta os projetos. O prefeito também pode, ele mesmo, propor à Câmara projetos de lei para serem discutidos e votados.

Lei Orçamentária Anual
O mais importante, no entanto, é que o prefeito cumpra com a Lei Orçamentária Anual. A LOA é é uma previsão de todas as receitas e autorização de despesas públicas para o ano. O documento define as fontes de receitas e as despesas para cada órgão dos poderes Executivo e Legislativo, incluindo despesas com pessoal, custeio e investimentos e estabelecendo valores. Se houver alguma despesa fora do previsto na LOA, é necessário que uma lei complementar seja aprovada para autorizar o investimento.

A Lei Orçamentária Anual é proposta pelo prefeito, mas pode ser alterada pelos vereadores na Câmara, antes de ser aprovada pelo chefe do Executivo.

A LOA é baseada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital, e no Plano Plurianual (PPA), que é realizado a cada quatro anos e contém os objetivos a serem atingidas pela gestão, incluindo projetos, atividades, financiamentos, incentivos fiscais, normas, entre outros.

Prestação de contas
O prefeito também precisa prestar contas da sua gestão. O documento deve especificar todo o dinheiro arrecadado pelo município e recebido do Estado e da União durante o ano, assim como os gastos realizados pela prefeitura, como o pagamento de servidores, a compra de materiais e equipamentos, a manutenção de hospitais e escolas, o fornecimento da merenda escolar, as obras realizadas, entre outros.

A prestação de contas é julgada pela Câmara Municipal com o auxílio do Tribunal de Contas (municipal ou estadual). O parecer emitido sobre as contas deve ser aprovado por dois terços dos vereadores.

Se a prestação for rejeitada por dois terços da Câmara, o prefeito pode recorrer. Caso a decisão seja mantida, no entanto, o prefeito corre o risco de perder o mandato (com o julgamento no plenário da Câmara ou na Justiça) e ficar inelegível.

Todos os anos, as contas do município devem ficar ao menos 60 dias à disposição dos contribuintes para exame e apreciação, sendo que qualquer um poder questionar sua legitimidade.

Dever do eleitorado
Para acompanhar se o prefeito está cumprindo bem seus deveres, os eleitores precisam conhecer o orçamento municipal e verificar o andamento das obras e outras realizções do governo. Devem também fazer pressão para que as promessas de campanha e as metas da gestão sejam efetivamente cumpridas.

Adapitado por Ismar (foto)

Fonte: G1